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Estudo com macacos sugere eficácia de antiviral contra coronavírus

Artigo publicado na revista Nature indica que complicações da doença podem ser reduzidas pelo uso do medicamento no início na infecção

Estudo publicado ontem pela revista científica Nature mostrou que o remédio antiviral remdesivir é eficaz contra o novo coronavírus quando utilizado no início dos sintomas. A doença já contaminou mais de 740 mil pessoas e levou mais de 38 mil a óbito somente no Brasil.

O artigo está disponibilizado na modalidade accelerated preview (prévia acelerada, em inglês). Isto indica que o estudo já passou por revisões de outros pesquisadores, mas ainda não cumpriu todos os requisitos burocráticos para os resultados serem considerados definitivos. Pesquisas com possíveis tratamentos para a Covid-19 vêm sendo publicados nesta modalidade para auxiliar estudiosos ao redor do mundo no desenvolvimento de soluções contra a doença. Entre remédios e vacinas, são mais de 150 substâncias sendo investigadas internacionalmente.

No estudo, dois grupos de macacos-rhesus infectados por coronavírus foram submetidos a tratamentos diferentes, um com remdesivir e outro com placebo. Além de redução significativa nos sintomas, aqueles que receberam a medicação apresentaram resultados melhores em exames como raios-x pulmonares. As necrópsias realizadas ao fim da pesquisa mostraram lesões pulmonares em todos os macacos que receberam placebo, mas em apenas um do grupo que foi tratado com o remédio.

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A redução nos sintomas já era visível 12 horas após a administração da primeira dose do medicamento. Os macacos começaram a ser tratados no pico da doença, mas as diferenças com o corpo de seres humanos, segundo os pesquisadores, dificultam determinar o melhor momento para iniciar o tratamento. Nas conclusões do estudo, a recomendação é de que se utilize o remdesivir o mais cedo possível.

O artigo notou, também, que apesar da melhora nos sintomas, não houve redução significativa na carga viral dos macacos. Isto indica que o vírus pode permanecer no organismo mesmo que a doença aparentemente não evolua, e os pacientes tratados continuam como risco de contaminação a outras pessoas.

Outro ponto é que o estudo utilizou grupos pequenos: seis macacos foram tratados com remdesivir e outros seis receberam placebo. Outras pesquisas, porém, com pacientes humanos e em maior número, já mostraram o potencial do remédio de acelerar a recuperação de pacientes. Na Coreia do Sul, a medicação já foi adotada oficialmente como tratamento contra a doença.

 

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