De acordo com o documento, serão R$ 60,15 bilhões em despesas primárias da União, em transferências para os Estados e municípios - valor aprovado pelo Congresso Nacional no âmbito do PLP 39. Segundo o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, houve um ajuste de R$ 150 milhões no montante porque o Distrito Federal não tem municípios. "Estamos provendo justificadamente e legitimamente, com aval do Congresso Nacional", disse o secretário.
Rodrigues, que fez a apresentação do documento em coletiva de imprensa, detalhou também que o total de auxílio aos Estados e municípios inclui R$ 35,34 bilhões em renegociações de dívidas com a União. "São dívidas que serão suspensas durante 2020 e retomadas somente em janeiro de 2022", explicou.
A apresentação informa ainda que serão R$ 13,98 bilhões em renegociações de dívidas com dois bancos públicos, a Caixa Econômica Federal e o BNDES. Além disso, o pacote inclui R$ 10,73 bilhões em renegociações de obrigações com organismos multilaterais e mais R$ 5,6 bilhões na suspensão de pagamentos de dívidas previdenciárias.
Na despesas obrigatórias, estará vedada a criação ou reajustes acima da inflação. Haverá flexibilização na celebração de contratos com a União. Como contrapartida, os Estados e municípios não poderão, durante 18 meses, conceder aumento salarial a uma "quantidade razoável de categorias", disse Rodrigues. As contrapartidas são estimadas em R$ 98,9 bilhões.
Reunião com governadores
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 21, que o objetivo da reunião por videoconferência com governadores é minorar os efeitos sobre os afetados "na ponta" pela crise do novo coronavírus, sobre a qual "não sabemos o tamanho da sua dimensão". Outro tema da reunião também foi o veto ao trecho sobre o reajuste salarial para servidores públicos até o fim de 2021. "ao trecho sobre o reajuste salarial para servidores públicos até o fim de 2021.
"O que se pede apoio aos senhores é a manutenção de um veto muito importante", seguiu. De acordo com Bolsonaro, congelar reajustes na remuneração de todos os servidores públicos até o fim do não que vem é o "remédio menos amargo" para o funcionalismo, "mas de extrema importância para todos os 210 milhões de brasileiros".
Antes de reunião, Bolsonaro faz crítica a 'autoridades estaduais'
Na conversa com populares na saída da residência oficial, Bolsonaro ouviu reclamações de um apoiador sobre um suposto recolhimento de bandeiras do Brasil de automóveis durante uma carreata pró-governo em Fortaleza.
Em resposta ao apoiador o presidente disse: "imaginem uma pessoa do nível dessas autoridades estaduais na Presidência da República, o que teria acontecido com o Brasil já. Esse é o recado. Então vocês vão ter que sentir um pouco mais na pele quem são essas pessoas para, juntos, a gente mudar o Brasil. Mudar, à luz da Constituição, da lei, da ordem".
Repercussão de governadores
Em suas redes sociais, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT) afirmou após a reunião que "Somente com a união de todos iremos superar este momento de crise". "Discutimos sobre a gravidade atual da situação e apresentamos os índices da doença em Fortaleza e no interior do estado, além das ações que estão sendo realizadas para minimizarmos os efeitos da pandemia aos cearenses", escreveu Camilo.
No Twitter, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) afirmou que o momento foi "um sinal positivo, porém lamentou ainda a indefinição dos vetos e a não abordagem da pauta econômica e social. "Espero que o diálogo institucional se mantenha como regra, e não exceção", afirmou.
Alcolumbre fala em reunião histórica
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que a reunião que ocorreu na manhã desta quinta-feira com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ministros e governadores é um momento "histórico na reconstrução do País". No encontro por videoconferência, eles buscam consenso em torno do projeto de lei de socorro financeiro da União aos Estados e municípios para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
Alcolumbre também disse repetidamente que, "diferente do que muitos pensam ou falam", não há uma "divisão" entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em seu discurso inicial, o senador exaltou a "honra" que teve de construir um texto para a proposta que fosse capaz de "unificar as opiniões e construir o consenso".
Davi Alcolumbre insistiu que a "fotografia" do encontro desta quinta-feira mostrará a "união" entre os Poderes, pedindo que todos "deem as mãos e levantem uma bandeira branca". O senador afirmou que o País vive um "momento de guerra" e uma "crise sem precedentes". "Vinte mil brasileiros perderam suas vidas, milhares perderam empregos. É preciso responsabilidade", afirmou.