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Pandemia: Hospital de Maracanaú oferece instalações para reforçar atendimento de saúde estadual

Conforme o sócio majoritário do hospital, as instalações podem ser utilizadas de forma gratuita, sem retorno monetário
12:46 | Mai. 18, 2020
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

Em carta aberta publicada no Instagram, no domingo, 17, o sócio majoritário do Hospital Campos Elísios, o médico Márcio Uetii, ofereceu as instalações da sua unidade de saúde para servir de reforço no combate à pandemia. O Hospital foi uma das unidades de Maracanaú requisitadas pelo Governo Estadual, no início de abril, para contribuir com equipamentos médicos, incluindo leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), para tratar pacientes infectados com o novo coronavírus.

Segundo Márcio, os equipamentos enviados à Secretaria de Saúde do Ceará equivalem a 20 leitos de UTI, a serem utilizados no combate à pandemia da Covid-19. “A Sesa levou seis respiradores técnicos com suporte para recém-nascidos, crianças e adultos, bem como seus conjuntos de traqueias e seis monitores multiparâmetros, também modernos e tecnológicos; todos equipamentos novos e selados, sem uso”, disse ele na publicação.

 
 
 
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Desde que os equipamentos foram transferidos, a unidade hospitalar em Maracanaú precisou ser fechada. Ao O POVO, a administradora do hospital Campos Elísios, Thamyres Holanda, relatou que todos os funcionários do hospital precisaram ser demitidos, visto que todos os equipamentos foram confiscados pelo governo estadual, e as atividades estavam suspensas. “Eles ficaram de férias a partir do dia 1º de abril; e, no último dia 14, liquidamos todas as rescisões”, detalhou.

Márcio relata que o fechamento do hospital foi uma decisão demorada. Mas, após receber a notícia de que um antigo funcionário da Casa havia perdido a mãe por falta de leito de UTI, ele decidiu ceder o hospital para a rede de saúde pública. “Fiz uma reflexão, e, diante da gigantesca monstruosidade que se tornaria essa pandemia, ceifando grande quantidade de vidas, decidi abrir um caminho com o governo do Estado”, disse.

A notícia da morte de Maria Lourdes dos Santos da Silva, 70, chegou no mesmo dia em que seu filho, Carlos André, foi demitido da empresa. Viúva, ela deixou quatro filhos, sete netos e dois bisnetos. “O doutor Márcio ficou sensibilizado; tentou conseguir um leito de UTI para minha mãe em outra unidade de saúde, mas na mesma tarde que eu falei com ele, minha mãe faleceu na UPA de Maracanaú”, conta André, que trabalhou como técnico em radiologia por 14 anos no hospital.

“Pague o Campos Elísios com vidas salvas”

Diante da situação do hospital, com todas as atividade suspensas e os funcionários demitidos, doutor Márcio decidiu oferecer as instalações ao Governo Estadual para serem utilizadas, por pelo menos seis meses, como reforço no atendimento aos pacientes infectados com a Covid-19.

“A consciência de todos nós que fazemos parte dessa casa não ficaria tranquila, imaginando que a mesma estaria fechada enquanto várias pessoas morrem de forma agonizante, quando poderiam ser salvas dentro dessa casa”, ressalta Márcio no vídeo.

Conforme o sócio majoritário do hospital, as instalações podem ser utilizadas de forma gratuita, sem retorno monetário. Em troca, a única coisa que ele sugere, é que o governo do Estado contrate os antigos funcionários do hospital para fazer parte da equipe de manutenção e atendimento aos pacientes. “Pague o Campos Elísios com vidas salvas”, destaca.

No último dia 13, o governador Camilo Santana autorizou a construção de um hospital de campanha em Maracanaú, bem como uma unidade em Caucaia e anexo ao Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, totalizando cerca de mais 110 leitos para Covid-19.

O POVO entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Ceará sobre a possibilidade de o Governo Estadual utilizar também as instalações do hospital Campos Elísios para reforçar o atendimento aos pacientes infectados com a Covid-19, em Maracanaú. Até o fechamento desta matéria, aguarda resposta.

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