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Servidores de hospital de campanha em Aquiraz alegam EPIs insuficientes e sobrecarga de trabalho

Conforme prefeitura do município, cerca de 20 profissionais foram afastados das funções com suspeita ou infectados pelo novo coronavírus
11:39 | Mai. 12, 2020
Autor Ítalo Cosme
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Ítalo Cosme Repórter
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Tipo Notícia

Servidores terceirizados do primeiro hospital de campanha inaugurado no Ceará, em Aquiraz, entregue em 16 de abril, apontam insuficiência de Equipamentos de Proteção Individual (EPI's) e sobrecarga de trabalho. A Prefeitura do município, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, alega dificuldade na compra de insumos e garante seguir a legislação trabalhista, com o pagamento das horas extras trabalhadas.

"O problema é que a ocupação do hospital de campanha lotou. Por isso, o isolamento não é adequado para a situação. O pessoal continua exposto", comenta uma fonte que não quis se identificar. Segundo ela, O material de trabalho para enfermeiros e médicos são garantidos, mas motoristas, maqueiros e auxiliares de serviços gerais não dispõem dos mesmos utensílios. O POVO apurou que as dificuldades se acentuam no período noturno. 

Outro servidor diz que os dias são exaustivos e a falta de material prejudica a eficiência dos atendimentos na ponta. Conforme o relato, motoristas já deixaram de levar pacientes à unidade especializada no atendimento à Covid-19 porque não têm como colocar o paciente dentro da ambulância.

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"Quando tem ocorrência para buscar suspeitas de Covid-19, a gente só vai com uma máscara e luva. A justificativa é de que a gente não tem contato com o paciente. No entanto, quando vamos buscar um paciente cadeirante ou com locomoção reduzida precisamos ajudar", relata outro.

O testemunho de um servidor diz que após a ampliação do hospital, com a alta demanda no equipamento, percursos dentro da unidade colocam médicos e enfermeiros paramentados em contato com servidores pouco protegidos.

Prefeito de Aquiraz, Edson Sá diz que, assim como o restante do País, o município enfrenta dificuldade para a compra de Equipamentos de Proteção Individual. "Já fizemos várias licitações para tentar comprar, mas não conseguimos. O trabalho está 95% ok", diz. Segundo ele, algumas denúncias são de caráter político.

O gestor frisa que tem feito o possível para atender à demanda da população. Mas a procura é alta. "Mais de 20 profissionais foram afastados dos serviços por suspeita ou confirmados com Covid. A gente vai contratar mais 24 para tentar suprir essa lacuna", informa. Sá detalha que enfermeiros, técnicos, médicos e servidores terceirizados foram contaminados.

"Realmente, há muito trabalho. Ninguém pode negar. Mas estamos chamando e pagando hora extra. Estamos seguindo carga horária determinado por lei", rebate as acusações. O mandatário cita ainda a expansão do hospital de campanha para mais 20 leitos."

"Têm coisas que a gente quer comprar, mas não encontra. Em relação, ao que estamos vendo por aí, nossa situação é ótima. Mas vamos tentando melhorar. Hoje nosso hospital está lotado. Uma das dificuldade é comprar respiradores. Para isso, pedimos ajuda ao governador", relata Edson Sá.

Governo municipal de Aquiraz inaugurou em 16 de abril o hospital de campanha. A unidade foi a primeira do tipo no Ceará. Com 13 leitos, sendo quatro Unidades para Pacientes Graves (UPGs), banheiros, refeitório e dormitórios para os profissionais de saúde. O equipamento para tratamento de pacientes com a Covid-19 fica localizado dentro do estacionamento do Hospital Geral Manoel Assunção Pires.

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