Ciro Pessoa, fundador da banda Titãs, morre por Covid-19
A ex-esposa Isabela Johansen revelou que a doença foi contraída enquanto o ex-marido lutava contra um câncer
O músico Ciro Pessoa morreu nesta terça-feira, 5, devido à infecção do novo coronavírus. O artista, que é também um dos fundadores da banda Titãs, faleceu aos 62 anos. O óbito foi confirmado pelos colegas de banda Branco Mello e Sérgio Britto, que ainda tocam no grupo com Tony Bellotto; e por Isabela Johansen, ex-esposa de Ciro. As informações são do G1.
Isabela revelou que a doença foi contraída enquanto o ex-marido lutava contra um câncer. “Estava lutando contra o câncer e nas idas e vindas ao hospital, acabou contraindo Covid-19. Foi internado, mas infelizmente não resistiu", afirmou Isabela. "O corpo será cremado e assim que essa fase chegar ao fim faremos um grande show em sua homenagem, pois é isso o que ele queria", completou.
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Colegas de trabalho também se declararam a ele. “Estou profundamente triste com a partida nessa madrugada do meu irmão, músico, poeta e primeiro grande parceiro, Ciro Pessoa. Foi dele a ideia de reunir os amigos compositores no começo dos anos 80 pra fazermos uma banda de rock. E assim formamos os Titãs. Siga em paz, querido Ciro. Descansa meus olhos, sossega minha boca, me enche de luz …", escreveu Branco em postagem no Instagram, fazendo referência à letra de "Sonífera lha", música do grupo que fizeram parte juntos.
Outros amigos e colegas de banda de Ciro lamentaram a morte nas redes sociais. “Hoje perdemos Ciro Pessoa, amigo querido e membro da formação original dos Titãs. Muito triste com tudo isso...", escreveu Sérgio Britto.
Nando Reis também publicou homenagem e aproveitou para lembrar da juventude dos dois e da história do grupo Titãs. "E as notícias ruins não cessam, não param de chegar, a cada manhã um golpe, a destruição do que foi construído, as mortes em sucessão velocíssima. Acabo de saber da morte de Ciro Pessoa, membro importante na formação dos Titãs, amigo constante de convivência e conversação na época. São Paulo, era nossa cidade, espaço-lugar para nossa criação e trânsito. Frequentávamos a padaria CPL, ali na João Moura, Ciro sempre com seu casaco verde de brim, Jornal da Tarde embaixo do braço. Ensaiávamos todos os dias juntos fazíamos os backing vocais: eu, Ciro, Branco, Paulo, Arnaldo, Britto. Algumas das músicas mais emblemáticas dessa fase do nosso repertório tinham sua participação: Sonífera Ilha, Baby Índio, Homem Primata, Dona Nenê. Outras, nunca gravadas, mas tocadas em todos os buracos onde nos apresentamos, fazem parte do ideário new-wave que marcou a pré-história do que vieram a ser os Titãs no Iê-iê: Lilian, a Suja; Johny Cristel… Ele se foi, a vida continua, a música é eterna, e a tristeza me invade. Ciro Pessoa, pessoa única, marcou minha vida”, escreveu.
Paulo Miklos recordou o início no bar O Café Teatro e falou sobre os ensinamentos aprendidos ao tocarem na noite paulista. "É com muita tristeza que eu recebo a notícia da morte de Ciro Pessoa. Ciro foi articulador e aglutinador ao reunir os amigos em uma banda, foi integrante da primeira formação dos Titãs. É compositor de várias canções da primeira fase, incluindo o grande sucesso, Sonífera Ilha, que eu cantei depois que ele deixou o grupo. Trabalhamos juntos anos antes dos Titãs, em bares como O Café Teatro “A Pulga”, no centro de SP. Tocar na noite foi uma escola, e lá aprendemos muito juntos. Ciro foi uma inspiração, com quem dividi os sonhos do princípio da carreira. E continuará presente cada vez que eu cantar esses versos:' 'descansa meus olhos, sossega minha boca, me enche de luz'”, escreveu.
Confira postagem de Branco Mello: