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Presença de anticorpos não significa imunidade à Covid-19, diz especialista em coronavírus

De acordo com Eurico, o anticorpo é uma cicatriz sorológica que marca a exposição da pessoa ao vírus e não um atestado de imunidade
09:43 | Abr. 28, 2020
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

Ter anticorpos não é o mesmo que estar imune à Covid-19, afirma Eurico Arruda, um dos raros especialistas de coronavírus do Brasil, que é também professor titular de virologia da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto. De acordo com o professor, o coronavírus pode permanecer no organismo de pessoas recuperadas da doença por um tempo indefinido. Para Eurico, apenas uma carteira de vacinação com uma vacina com vírus inativado, será o passaporte de imunidade possível contra o Sars-CoV-2. As informações são do portal de notícias O Globo.

Eurico explica que os testes de anticorpos revelam apenas que uma pessoa tem anticorpos, mas que isso não é equivalente a possuir defesas e estar imune. “A ideia de passaporte de imunidade com base em testes de anticorpos não só é descabida por não ter base científica, quanto é perigosa. O ‘passaporte’ colocará pessoas infectadas nas ruas para passar o vírus livremente”, disse ele em entrevista ao O Globo, esclarecendo que o anticorpo é uma cicatriz sorológica e não um atestado de imunidade.

O indicador mais acurado para a imunidade, de acordo com Eurico, seria um teste para detectar a presença de anticorpos neutralizantes. No entanto, ele explica que ainda há muitas coisas desconhecidas sobre o vírus. Como exemplo, o professor cita a capacidade de persistência do Sars-CoV-2, que seria a tendência do vírus continuar “escondido” no organismo de uma pessoa, mesmo depois da recuperação.

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“O vírus para de se replicar desenfreadamente e de causar doença, mas continua no corpo da pessoa. Se as defesas dela, por algum motivo, enfraquecem, ele pode voltar a se replicar e ser transmitido, e pode provocar sintomas”, esclarece eurico, que é também coordenador do Laboratório de Patogênese Viral. Segundo ele, a capacidade de persistência do vírus poderia explicar os casos de pacientes com Covid-19 que voltaram a testar positivo, como observado na Coreia do Sul e na China.

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