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Ceará tem a semana com maiores números de óbitos e casos confirmados; pico de casos ainda não chegou

Fortaleza concentra o maior número de casos e mortes no Estado. Entre uma semana e outra, o número de casos aumentou 85%

Na última semana, entre 20 a 26 de abril, o Ceará passou pelo momento mais crítico, até momento, da pandemia de Covid-19. No domingo, 26, o Estado bateu o recorde de mais óbitos e casos confirmados em 24 horas, com 50 mortes e 593 novas pessoas testadas positivo. A evolução é significativa comparada com as semanas anteriores e deve ser uma tendência para as próximas semanas, de acordo com especialistas. Entretanto, ainda não é possível estabelecer uma data exata para o pico da doença.

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Entre uma semana e outra houve um acréscimo de quase 100% no número de casos confirmados. No período anterior, o Ceará começou a segunda-feira, 13, com 1.935 casos e terminou no domingo, 19, com 3.306, totalizando 1.371 novas confirmações. Já na semana seguinte, 20 a 26, na segunda-feira, haviam 3.485 contra 6.260 confirmados no domingo, um salto de 2.775 novos casos.

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Fortaleza concentra o maior número de casos e mortes no Estado. Na última semana, os números também tiveram elevação. No domingo 19, eram 2.688 casos confirmados, já uma semana depois, no domingo, 26, o número a 4.991, aumento de 85%. 

Segundo o Antônio Lima, Gerente da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Fortaleza, o aumento já era esperado porque houve a disseminação da doença, saindo do epicentro em bairros como Meireles e Aldeota indo para as extremidades como Barra do Ceará e Cais do Porto. 

Ele explica que esse fluxo, já esperado pela densidade populacional de Fortaleza, teve incremento principalmente porque chegou em regiões com maior concentração de pessoas em uma mesma residência. “Está em regiões mais vulneráveis, onde o isolamento como era antes, não é completo, o isolamento intra bairro parece não estar acontecendo. Estamos em locais com ventilação precária, como isolar 8 ou 10 pessoas em poucos cômodos?”, questiona. Outra preocupação em Fortaleza é a chegada em bairros maiores como Messejana e no Grande Mondubim. “Eles não aparecem nos mapas ainda como focos, mas podem ter grande concentração”, afirma.

O especialista ressalta que esse aumento tem pressionado o serviço de saúde, porque grande parte dos moradores das áreas agora atingidos, com menores rendas, dependem exclusivamente do serviço de saúde público. O taxa de ocupação de leitos está cada mais maior, tendo em alguns dias, mais de 40 pessoas na fila de espera para um leito na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Não é possível prever o pico da doença

Com o achatamento da curva epidemiológica, o pico da doença, que alguns especialistas previam para o final de abril, ainda deve acontecer. Entretanto, segundo Lima, não existe uma data certa. Isso porque há diversos métodos de análise e de pesquisa. Ele comenta que alguns apontam para início ou meio de maio, já outros apontam apenas em junho.

“É um momento crucial na disseminação do vírus”, afirma. Segundo ele, o isolamento social não deve diminuir os números de pessoas infectadas no total, mas tornar mais lenta a contaminação. O objetivo é proporcionar uma melhor gestão dos pacientes no sistema de saúde, ou seja, fazer com o sistema de saúde possa atender os pacientes.

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