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Inteligência artificial pode suprir falta de testes para coronavírus

Startup pernambucana desenvolve IA que infere a partir de exames comuns de laboratório se o paciente está com o novo coronavírus
20:29 | Abr. 26, 2020
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Num contexto em que comprar teste do novo coronavírus virou briga internacional e os preços dispararam, uma startup pernambucana está usando inteligência artificial (IA) para inferir, a partir de exames comuns de laboratório, a probabilidade de uma pessoa estar com a covid-19, mesmo que assintomática. A ferramenta de IA desenvolvida pela PickCells já era usada para fazer exames bioquímicos rápidos. Com a identificação de padrões em pacientes com o novo coronavírus, foi possível “treinar” a IA para rastrear sinais do vírus.

“Estamos recebendo na próxima semana centenas de exames realizados no Laboratório Sabin, de Brasília. Com isso, vamos treinar ainda mais a nossa IA para que em maio esse tipo de exame esteja disponível no mercado”, diz o fundador e CEO da PickCells, Paulo Melo. “Isso vai acelerar o diagnóstico da doença a partir de exames simples como um hemograma, por exemplo”, acrescenta. Com isso, os testes mais caros e cada vez mais raros podem ficar restritos aos casos mais delicados.

A empresa é formada por uma equipe de 13 pessoas, incluindo engenheiros de software, engenheiros mecatrônicos e biomédicos. Usa visão computacional e IA para automação e detecção de padrões de doenças em análises clínicas, e na classificação e previsão de anomalias. A PickCells faz parte do ecossistema da Recipolis, uma Organização Social (OS) do Porto Digital que incuba e dá suporte a startups na área de saúde. O presidente da Recipolis, o advogado Jean Noel de Melo Rocha, explica que a solução da PickCells deve começar a ser utilizada pelo governo do Distrito Federal em maio. A Recipolis também está em contato com os ministérios da Saúde e da Economia para levar a testagem a todo o País.

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Análise radiológica

Essa não é a única ferramenta que a PickCells desenvolveu em tempo recorde para ser usada diante da pandemia. Outra solução ajuda no diagnóstico da pneumonia típica da covid-19, que tem características trombóticas. A inteligência artificial analisa imagens de raios-X (foto) ou tomografias computadorizadas e busca padrões que indiquem que o paciente está com os pulmões comprometidos – e essa é a principal causa de agravamento do doença.

“Essa análise não substitui o trabalho do radiologista, mas o ajuda a localizar rapidamente padrões que indicam a forma grave da doença, que nem sempre manifesta sintomas nos primeiros dias”, diz Melo.
Assim como no exame bioquímico, a startup está na fase de treinar a IA para fazer a análise das imagens. A empresa vai receber cerca de 300 exames de um hospital de São Paulo para que o estudo dessas imagens “ensine” a IA a ser ser cada vez mais eficiente na detecção da pneumonia. “Buscamos um índice de assertividade na casa dos 85%. Mas acreditamos ser possível chegar a 94%”, acrescenta Paulo Melo.

A Pickcells já conquistou os prêmios de melhor startup de saúde e impacto social no InovAtiva Brasil e está nos ranking das 100 Open Startups e das 100 Startups to Watch.

Do Jornal do Commercio para a Rede Nordeste

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