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Geração de resíduos domiciliares tem redução de 10% em Fortaleza durante o isolamento social

Levantamento foi realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental entre 15 e 20 de abril junto aos serviços de coleta em 10 capitais brasileiras.
13:20 | Abr. 22, 2020
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

Isolamento social pela pandemia de coronavírus influenciou a redução na quantidade de resíduos domiciliares gerados em dez capitais brasileiras, revela levantamento da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes). Conforme os resultados da pesquisa, em grande parte das capitais o percentual de redução da produção de resíduos ficou na faixa de 10% a 22% no período de março a abril. Em Fortaleza, a queda observada na produção domiciliar foi de 10%.

A pesquisa da Câmara Temática de Resíduos Sólidos da Abes foi realizada entre 15 a 20 de abril junto a dez capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Recife, Porto Alegre e Natal. De acordo com a Associação, em todas elas verificou-se queda na produção de resíduos durante o isolamento social. A pesquisa será ampliada para todas as capitais a partir desta semana.

Os resultados mostram que o maior impacto foi percebido na região central de Belo Horizonte, onde a coleta domiciliar teve redução de 50% nos últimos 30 dias. Enquanto no município, ao todo, a diminuição correspondeu a 22%.

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No Rio de Janeiro, essa redução correspondeu a 16%, na segunda semana de abril, comparada à primeira semana de março. Nesse período, houve diminuição de 12% dos resíduos na coleta feita em Brasília e Porto Alegre, e ainda redução de 10% na produção de resíduos de Fortaleza e Manaus.

No caso de Recife, a análise se deu com dados de toda a Região Metropolitana, com exceção do município de Ipojuca, correspondendo a redução de 7% no período.

Em duas cidades - São Paulo e Natal – foram obtidas informações para uma comparação anual, onde se observa a quantidade coletada em março de 2019 com março de 2020. Segundo a Abes, mesmo com o natural crescimento vegetativo e levando-se em conta que o isolamento social somente tomou corpo na segunda quinzena do mês de março de 2020, esta redução foi de 2% em São Paulo e 20% em Natal.

Mudança de comportamento impacta a produção dos resíduos domiciliares

O comportamento alterado da população é percebido logo nos primeiros dias desde o decreto de calamidade pública aprovado pelo senado federal, em 20 de março. Diante da suspensão temporária das atividades comerciais e do isolamento social, a percepção da diminuição na produção dos resíduos foi imediata, frisa Katia Campos, coordenadora da Câmara de Resíduos Sólidos da Abes.

“O impacto da crise sanitária foi sentido em todas as capitais pesquisadas, registrando a redução gradativa da geração de resíduos semana após semana; pelo menos temporariamente estamos gerando menos resíduos, situação inimaginável não fosse a crise sanitária mundial”, comenta Katia, que é também vice-presidente da Abes seção Distrito Federal.

Um grande problema, pontuam os especialistas, é a manutenção da coleta seletiva e o aproveitamento dos resíduos recicláveis em condições de pandemia em algumas cidades com altíssimos riscos aos operadores dos sistemas em condições de total insegurança sanitária. “O recomendado, nesses casos, seria suspender essa coleta”, ressalta Katia. Segundo ela, por representarem uma parte vulnerável da sociedade, os profissionais precisam ter a remuneração garantida no período em que a atividade estiver suspensa.

Na ausência da emergência na saúde pública, o diretor da Abes Seção Rio Grande do Sul, Mario Saffer, destaca que os hábitos de consumo responsável devem ser mantidos na sociedade. “O desafio que se coloca é, na ausência de tamanha tragédia, aprender com as dificuldades encontradas, avaliar e repensar hábitos capazes de racionalizar o consumo, coleta e destinação de forma sustentável”, reflete Mario, que também atuou na pesquisa como membro da Câmara Temática de Resíduos Sólidos.

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