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Faltam evidências que comprovem prevenção à Covid-19 por meio de exposição ao sol, alerta SBD

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, indicações nesse sentido ainda carecem de mais estudos e pesquisas, sendo, portanto, inconclusivas.
09:09 | Abr. 20, 2020
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta que não há evidências científicas comprovando a exposição ao sol ou o consumo indiscriminado de vitamina D como fatores de proteção contra a Covid-19. Em nota, a entidade destaca que os serviços de saúde vêm recebendo periodicamente casos de complicações, especialmente renais, decorrentes do uso de doses excessivas da vitamina D.

Segundo a Sociedade, indicações que sinalizem o aumento da carga de vitamina D como um fator de prevenção contra a Covid-19 ainda carecem de estudos, sendo, portanto, inconclusivas. “Os poucos indícios nesse sentido ainda precisam ser mais bem-avaliados. Qualquer menção dando conta de que ao tomar comprimidos de vitamina D a pessoa ficará mais protegida contra o coronavírus é prematura e irresponsável”, disse o presidente da SBD, Sérgio Palma.

Para Palma, a divulgação de recomendações nesse sentido vem na esteira da necessidade que alguns grupos têm de encontrar uma resposta para os problemas apresentados “a qualquer custo”. Conforme a nota da SBD, a percepção de insegurança e vulnerabilidade “abre espaço para que propostas carentes de embasamento técnico e científico tenham visibilidade”.

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No trabalho produzido pela SBD, suspeita-se que, além de os segmentos da população considerados como de risco, como idosos, imunocomprometidos e portadores de doenças crônicas, as pessoas com deficiências nutricionais (ferro, zinco, vitamina D, vitamina C, dentre outros) tenham sua resposta imunológica prejudicada e, por isso, se tornem mais susceptíveis às complicações da doença. Acesse a íntegra do documento.

Entretanto, faltam estudos controlados que estabeleçam a hipovitaminose D como um fator de risco “independente”, ou um simples confundidor na complexidade do processo saúde-doença. Mais distante ainda é a evidência de benefício de suplementação irrestrita de vitamina D como agente profilático do coronavírus, afirma o relatório da SBD, que é resultante da análise de vários trabalhos científicos já publicados.

Para a promoção da saúde e a prevenção de doenças, a SBD recomenda que a população adote uma alimentação balanceada, pratique atividades físicas regularmente e busque a exposição ao sol na rotina diária. O estímulo à produção ou absorção da vitamina D, segundo a Sociedade, é possível através de ações simples como estender roupas no varal, levar o lixo na rua, caminhar com o cachorro.

Em caso de deficiência de vitamina D, pode haver suplementação oral, mas sob supervisão médica. “Acima de tudo, façam adesão à restrição de contato social, ao reforço aos hábitos de higiene e sejam submetidos à testagem sistemática nos sintomáticos e seus contatos como forma de prevenir o aparecimento de novos casos e o avanço da Covid-19”, orienta a Sociedade Brasileira de Dermatologia em nota.

Confira a nota na íntegra aqui.

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