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Concludentes da Saúde que se formaram antecipadamente relatam expectativas para o futuro

Recém-graduadas em Medicina, Fisioterapia e Enfermagem contam ao O POVO sobre como foi colar grau antes do previsto e relatam sobre seus planos atuais
13:08 | Abr. 16, 2020
Autor Lais Oliveira
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Lais Oliveira Estagiária do O POVO Online
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Tipo Notícia

O sonhado momento da formatura, esperado por todos os universitários, ocorreu de maneira inesperada para 82 alunos dos cursos de Medicina, Enfermagem e Fisioterapia da Universidade de Fortaleza (Unifor) na última terça-feira, 14. Equipados com luva, máscara e dentro do carro, eles assinaram a ata de formatura e receberam o certificado de conclusão de curso. Os concludentes fazem parte das turmas que tiveram a formatura antecipada para reforçar o combate à pandemia de Covid-19, conforme autorização do Ministério da Educação (MEC).

A Unifor adotou o modelo drive-thru para evitar aglomeração, no qual os alunos passaram todo o tempo dentro dos veículos. A formatura seguiu as orientações do MEC. Todos os concludentes estavam no último semestre dos cursos de graduação e obedeceram às condições estabelecidas: mínimo de 75% do internato médico, no caso de estudantes de Medicina; e mínimo de 75% dos estágios obrigatórios curriculares, no caso dos estudantes de Enfermagem e Fisioterapia.


Para Ana Cláudia Costa, 50, concludente de Fisioterapia, a família e os colegas da turma fizeram falta no dia da colação de grau. “Foi emocionante e ao mesmo tempo esquisito. Naquele momento gostaria de estar com minha família e meus amigos de sala. Chorei na hora da assinatura”, se emociona. Ela cita o pai, Nilson, como uma das pessoas que mais a apoiou durante a graduação e lamenta que ele não esteve presente. No carro, Ana Cláudia foi acompanhada por suas filhas e esposo.

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A agora fisioterapeuta formada explica que ainda estava entrando na área prática do seu estágio sobre ventilação mecânica quando a pandemia começou e ela teve de interromper as atividades. Ela esclarece que continua tendo aulas e exercícios à distância com os professores da universidade, assim como outras pessoas da sua turma. Além disso, está providenciando sua inscrição no Conselho Regional de Fisioterapia. “Todos os dias estou sendo mais um pouco preparada. Se me chamarem, com certeza vou”, assegura sobre a possibilidade de colaborar durante a pandemia causada pelo coronavírus.


Disposição para atuar

Rayane Medeiros, 23, concludente do curso de Enfermagem, deve formalizar sua inscrição no conselho de enfermagem ainda neste mês para começar a atuar na área
Rayane Medeiros, 23, concludente do curso de Enfermagem, deve formalizar sua inscrição no conselho de enfermagem ainda neste mês para começar a atuar na área (Foto: Divulgação/Universidade de Fortaleza)


Recém-graduada em Medicina, Vivian Mota, 25, lembra que a formatura sempre foi aguardada por ela e sua família. “O momento tão esperado chegou, mas não da forma como sempre sonhei. Foi sem cerimônias, sem muitos familiares, sem muitos abraços. Mas foi um momento único e porque não dizer, inovador”, diz.
No momento em que ela recebeu seu certificado de conclusão de curso, seu pai, sua mãe, sua irmã e seu namorado a acompanhavam. Todos devidamente protegidos com seus Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).


Para Vivian, os últimos dias vinham sendo angustiantes porque ela sentia vontade de colaborar como profissional da Saúde, mas faltava o diploma. “Os dias que estão por vir são de incertezas e de muito trabalho, mas creio que estamos preparados e cheios de vontade de enfrentar [o futuro]”, avalia. A médica formada já está escalada para começar a trabalhar provavelmente na próxima semana em postos de saúde da Capital e dar plantões na emergência de uma unidade de saúde particular aos fins de semana.


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Vitória pessoal

A agora enfermeira formada Rayane Medeiros, 23, também deve começar a trabalhar em breve. Ela estava acompanhada por seu tio e sua mãe no momento da colação de grau. “Não foi do jeito que eu imaginava, mas não deixou de ser um momento especial e emocionante. Quem é estudante sabe o quanto é difícil a cada semestre, então foi uma vitória muito grande para mim”, relata.


Ainda neste mês, Rayane deve formalizar sua inscrição no conselho de enfermagem. Assim, ela poderá ser escalada para atuar na pandemia e reforçar a equipe de profissionais da Saúde do Ceará.




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