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Coronavírus no Ceará: Taxa de mortalidade de 4,3% está dentro do esperado, avalia especialista

O POVO conversou com o médico infectologista Anastácio Queiroz, que analisou os números e a situação no Estado
17:37 | Abr. 10, 2020
Autor Izadora Paula
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Izadora Paula Estagiária do portal O POVO Online
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Tipo Notícia

A taxa de mortalidade pelo novo coronavírus no estado do Ceará cresceu para 4,3%, conforme atualização da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) na tarde desta sexta-feira, 10. Com 1.558 casos confirmados, o Ceará contabiliza 67 mortes até o momento. Segundo o médico infectologista Anastácio Queiroz, o índice, embora alto, está dentro do esperado.

O especialista também chamou atenção para o fato de que os dados dizem respeito aos casos mais graves da doença, que levaram os pacientes a procurar unidades de saúde. "Você tem um percentual de pessoas que se internaram e foram diagnosticadas. Na realidade, você não tem estatística fora dos hospitais", explica.

Anastácio argumenta que não há registro da maioria das pessoas que não tem quadro severo e, consequentemente, não são nem diagnosticadas nem vão às unidades de saúde. "Não deixa de ser um percentual alto, mas tem que ver o perfil das pessoas que faleceram. Com certeza, são pessoas que já chegam tarde (à unidade de saúde), que tem comorbidade. Sem ter um conhecimento das pessoas que faleceram fica difícil fazer uma análise".

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Se tivéssemos os dados de todas as pessoas que tiveram sintomas leves, com o diagnóstico positivo dentro dos casos confirmados, a letalidade iria diminuir bastante, conforme o infectologista. Portanto, uma possível subnotificação estaria "puxando para cima" a taxa de letalidade, não o contrário.

Exatamente porque a maioria dos casos são leves ou de pessoas que não tem comorbidades, os hospitais ainda não estão cheios, conforme Anastácio. "E nós ainda estamos num momento da epidemia em que se imagina até que a situação vai estar mais severa. Esperamos que isso não aconteça, mas a projeção é que vai ficar mais grave", argumenta.

Distanciamento social deve ser respeitado

Durante a quarentena, algumas pessoas deixaram de respeitar a orientação de se manter em casa, seja por necessidade ou por falta de atenção com a medida. "Às vezes, em supermercados, por exemplo, há uma indisciplina muito grande. As pessoas ficam muito em cima, isso é muito ruim. Assim, é impossível que gotículas de um não atinjam os outros", narra o especialista.

Conforme o médico, a solução para diminuir o contágio, mesmo quando não há a possibilidade de obedecer a quarentena, é que seja respeitado o distanciamento social.

 

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