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Bolsonaro volta a tirar fala de diretor da OMS de contexto para criticar isolamento

"O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença", afirmou o presidente da República
22:11 | Mar. 31, 2020
Autor Alan Magno
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Alan Magno Estagiário de jornalismo
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Tipo Notícia

No pronunciamento em rede nacional desta terça-feira, 31, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) reforçou sua preocupação com a economia diante das medidas de quarentena adotadas para desacelerar a propagação do novo coronavírus. Mais uma vez, Bolsonaro tirou de contexto fala do diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, para embasar o discurso. O chefe do Executivo federal destacou que a economia precisa ser levada em consideração no enfrentamento à doença. “O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença”, declarou.

Bolsonaro afirmou que as medidas de contenção ao vírus precisam ser implementadas de forma racional´, responsável e coordenada. Ele destacou que a missão assumida pelo seu governo era a de “salvar vidas sem deixar para trás os empregos”. O presidente afirmou ainda que determinou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, assumisse “todas as medidas possíveis” para garantir o emprego dos brasileiros. Como nova medida adotada para tentar minimizar os impacto da pandemia no país, Bolsonaro anunciou que os reajustes nos preços dos medicamentos no Brasil estão suspensos por 60 dias.

O presidente afirmou ainda que constantemente se colocava no lugar das pessoas para entender suas angústias e repetiu as frases do diretor geral da OMS que afirmam que muitas pessoas ao redor do mundo precisam trabalhar diariamente para assegurar seus respectivos sustentos — sem citar que Tedros defende o isolamento social e que governos arquem com o sustento dos profissionais em quarentena. “Não me valho dessas palavras para negar a importâncias das medidas de prevenção e controle da pandemia, mas para mostrar que da mesma forma devemos pensar nos mais vulneráveis”, disse Bolsonaro, em tom mais apaziguador do que o das últimas semanas.

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Bolsonaro afirmou ainda que era dever de todos evitar ao máximo a perda de vidas humanas, pois “todo indivíduo importa”, mas reforçou que para além disso, era necessário evitar a destruição de empregos. “O coronavírus veio, um dia irá embora. Infelizmente teremos perdas neste caminho”, completou.

Mudança de tom

Diferentemente do que vinha defendendo, Bolsonaro assumiu, pela primeira vez, em seu pronunciamento que o vírus era uma realidade e que a situação de pandemia no mundo era preocupante. "Estamos diante do maior desafio de nossa geração"

>> Bolsonaro diz que epidemia é histeria

Bolsonaro destacou ainda a ação das Forças Armadas no combate ao coronavírus no Brasil e afirmou que os militares estavam atuando em todo território nacional no auxílio às secretarias de saúde estaduais e municipais. 

Além disso, afirmou que os laboratórios químico-farmacêuticos militares, em 12 dias, estariam produzindo 1 milhão de comprimidos de cloroquina e lotes de álcool em gel para todo Brasil. O presidente encerrou seu pronunciamento agradecendo a todos os trabalhadores que seguem em suas funções para “manter o país funcionando”.

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