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Jovem britânica de 21 anos, com histórico saudável, morre por Covid-19

A morte dela voltou a acender o alerta de que jovens não estão imunes ao coronavírus
12:51 | Mar. 26, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

A britânica Chloe Middleton, de 21 anos, morreu na semana passada, mas a notícia só foi divulgada nesta quarta-feira, 25. Em uma publicação no Facebook, sua tia Emily Mistry disse que Chloe "faleceu da Covid-19" e pediu que outras pessoas "façam sua parte" para impedir a propagação da doença. As informações são da BBC News Brasil.

Segundo dados do governo do Reino Unido, a maioria dos pacientes que morreram com coronavírus tinha condições médicas pré-existentes e era idosa. Autoridades de saúde demonstram preocupação de que os jovens ignorem os avisos sobre a propagação do vírus, uma vez que acreditam que a doença apenas acomete idosos.

Mas em uma série de postagens no Facebook, a família de Chloe pediu ao público que seguisse as recomendações para "ficar em casa" e levasse o vírus "a sério".

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Dor da família

A mãe de Chloe , Diane Middleton, escreveu: "Por favor, pense novamente. Falando de uma experiência pessoal, esse vírus tirou a vida da minha filha de 21 anos".

A tia da jovem Emily Mistry acrescentou: "Minha linda sobrinha de 21 anos faleceu de Covid-19. Ela não tinha doenças pré-existentes". Mistry disse também que a família ficou "arrasada além da conta". Para ela, a realidade sobre a pandemia está evoluindo no cenário mundial. "Por favor, sigam as diretrizes do governo", pediu.

A irmã de Middleton, Amy Louise, acrescentou que já era "hora de as pessoas levarem isso a sério, antes que muitas outras terminem na mesma situação devastadora".

OMS faz alerta aos jovens

Na semana passada, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um duro alerta aos jovens. "Tenho uma mensagem para os mais jovens: vocês não são invencíveis; o vírus pode colocá-los no hospital por semanas ou até matá-los. Mesmo se vocês não ficarem doentes, as escolhas que vocês fazem sobre aonde vão podem significar a diferença entre a vida e a morte para outra pessoa", disse.

Idosos e pessoas com doenças pré-existentes, como diabetes, pressão alta ou problemas cardíacos ou respiratórios, estão mais propensos a morrer se contraírem coronavírus, de acordo com os dados da organização

O risco de morte por Covid-19 entre aqueles abaixo de 50 anos é baixo. Porém, isso não quer dizer que esse grupo está livre de apresentar os sintomas mais graves da doença, ainda que, de fato, a probabilidade disso acontecer nessa faixa etária seja pequena.

Sistema imunológico mais forte pode ajudar na recuperação

Em entrevista à BBC News Brasil, Willem van Schaik, professor do Instituto de Microbiologia e Infecção da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, disse "ser muito errado pensar que aqueles abaixo de 50 anos sempre vão ter sintomas leves: haverá indivíduos mais jovens e muito doentes também e eles vão precisar de tratamento".

Uma das razões para a baixa mortalidade entre os mais jovens é que seu sistema imunológico é mais forte, o que ajuda a combater o vírus e a recuperar-se da doença.

De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, o sistema imunológico dos idosos já envelheceu e não produz o mesmo nível de resposta, por isso, eles têm mais risco de desenvolver os sintomas mais graves. O especialista é também diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro.

Relatório sobre mortos nos EUA

Nos Estados Unidos, um relatório divulgado na quarta-feira passada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) mostrou que, dos 508 pacientes hospitalizados no país por Covid-19, cerca de 40% tinham abaixo de 54 anos. Desse total, 20% tinham entre 20 e 44 anos e 18%, entre 45 e 54 anos.

Contudo, adultos acima de 65 anos eram a maioria dos mortos (80%). Menos de 1% dos óbitos era de pacientes entre 20 e 54 anos, e não houve mortes entre aqueles abaixo de 19 anos, acrescentou o órgão.

No Brasil, já são cerca de 2,4 mil infectados e 57 mortos, a maioria com mais de 60 anos.

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