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Camilo tenta equilibrar expectativas ao manter lockdown e sinalizar para reabertura
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

Camilo tenta equilibrar expectativas ao manter lockdown e sinalizar para reabertura

A prorrogação do lockdown, mas com uma projeção concreta de retomada dos negócios, é uma tentativa do governador de compatibilizar anseios diversos
Governador Camilo Santana (PT) (Foto: REPRODUÇÃO)
Foto: REPRODUÇÃO Governador Camilo Santana (PT)

Embora a expectativa de todos se concentrasse na possibilidade de que o lockdown fosse mantido no Ceará, a ênfase do governador Camilo Santana (PT) recaiu sobre a data estimada para reabertura dos serviços não essenciais: 12 de abril.

“Estamos anunciando que vamos iniciar a flexibilização e abertura de forma gradual a partir de 12 de abril”, disse o gestor estadual ao lado do prefeito José Sarto (PDT) nesta noite de domingo, 4.

O deslocamento do foco tem um objetivo claro de contornar um problema que é de saúde, mas também político: a manutenção de mais uma semana de isolamento social rígido no Ceará e suas consequências para o comércio.

Camilo sabe que, agora, a margem de atuação é estreita e as pressões, imensas. Por outro lado, a alta de casos e de mortes por Covid-19 não cede, como têm alertado autoridades na área da saúde.

Esse quadro, em que há visível desgaste de uma medida necessária ante cenário no qual os indicadores não arrefecem, é de difícil equilíbrio.

A prorrogação do decreto, mas com uma projeção concreta de retomada dos negócios, é uma tentativa do governador de compatibilizar anseios diversos: dos setores econômicos pela reabertura e de sua equipe técnica pela continuidade das medidas mais duras.

Afinal, a pandemia está longe de ir embora, conforme mostra estudo segundo o qual o mês de abril pode chegar a 100 mil mortes.

Qualquer medida que flexibilize as contenções hoje, portanto, é uma temeridade.

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