O Governo do Ceará divulgou o resultado da negociação das propostas de preço apresentadas pelos grupos de empresas interessadas em elaborar os estudos para a instalação de placas fotovoltáicas no canal adutor do açude Castanhão, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Dos quatro consórcios que participaram do edital de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), dois foram considerados aptos a fazer o projeto, estimado em R$ 1,44 milhão, como a coluna informou no último dia 2 de fevereiro.

As propostas de ambos ficaram abaixo do valor previsto pela Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), que está à frente do processo. O grupo formado por MPE Engenharia e Serviços S.A, BYD do Brasil, Dutra e Santos Sociedade de Advogados, Elemental Desenvolvimento Imobiliário e Concessões, WT Engenharia Eireli, Global Ace Participações e Investimentos se dispôs a fazer os estudos por aproximadamente R$ 1,42 milhão. Já o consórcio composto por Quanta Consultoria, Sou Energy e Loffler & Parente propôs cerca de R$ 1,39 milhão.

Os valores foram divulgados pela SRH em 1º de março, quando os grupos começaram a formular os projetos, que devem ser finalizados no prazo de 120 dias. Passado esse período, com base em diversos critérios, o Governo escolherá a melhor proposta a fim de que o plano seja executado por meio da concessão de uso do canal adutor do Castanhão para exploração econômica.

De acordo com o edital, os consórcios precisam apresentar nove estudos: diretrizes de projeto; mapeamento de áreas viáveis para a concessão de uso; avaliação do valor das terras; diagnóstico e estudo de demanda de energia elétrica; modelagem financeira da concessão; projetos ambientais; viabilidade jurídica e regulatória; modelagem jurídica com apresentação de edital e minuta de contrato; e plano de avaliação social.

A energia solar gerada no Castanhão está prevista em até 45 megawatts (MW) pico de potência, na modalidade de geração distribuída em módulos até 5 MW pico. E será consumida pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) e pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), cuja demanda por energia elétrica tem crescido nos últimos anos e onerado os cofres estaduais. A Cogerh contaria com até 25 MW pico, enquanto a Cagece ficaria com até 20 MW pico.

Conforme avaliação do Governo, a ação busca "otimizar o aproveitamento da infraestrutura de adução para geração de energia fotovoltaica e, consequentemente, fomentar a cadeia produtiva do setor, promover a sustentabilidade ambiental, bem como possibilitar o consumo de energia mais barata pelo Estado e suas entidades estatais".

O canal adutor do Castanhão tem 256 quilômetros (km) de extensão, sendo 201 km do açude Castanhão até o açude Gavião, mais 55 km até as imediações do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).