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Problemas no portal do O POVO

05:00 | 24/02/2019

Navegar pelo portal O POVO Online já não é uma experiência muito fácil nem simpática para o usuário. Mas, nos últimos dias, essa experiência tem sido bem pior.

Milhares de textos de matérias e artigos saíram do ar e ainda não foram recuperados. Em alguns casos, quando se clica em certos links, o redirecionamento é feito para uma página cheia de códigos e palavras desconexas - as fôrmas que ainda não foram preenchidas com os textos corretos. Além disso, há links quebrados e outros incorretos, que não funcionam.

Leitores, por óbvio insatisfeitos com a situação, têm se queixado e cobrado soluções. Uns perguntam como fazer para acessar notícias mais antigas que não estão disponíveis no portal. Pesquisadores questionam como acessar os links de artigos publicados por eles e que, de repente, sumiram do portal. Esses artigos estão reproduzidos em seus currículos e são relevantes para pontuação acadêmica.

Ler as colunas é outro problema. Há uma desproporção entre foto e texto - quando há texto. Em muitas, os textos anteriores sumiram ou só há colunas de dois anos atrás. Em determinados espaços, há apenas o nome do titular da coluna e uma foto. Isso já é péssimo de um modo geral. Quando se trata de colunas publicadas quase todos os dias, como Eliomar de Lima, Neila Fontenele e Alan Neto, por exemplo, é um caos. Até achar essas colunas no portal está difícil. E há leitores cativos de colunas, como sabemos.

Mudança de sistema

E o problema com as colunas não se restringe aos espaços escritos pelos demais jornalistas. A coluna Ombudsman, um canal que deveria ser de acesso direto ao leitor, com informações detalhadas e bem cuidadas para que ele entenda como participar do processo, também está desatualizado. As colunas escritas no ano passado não estão lá nem há qualquer informação sobre formas de contato com a ombudsman - número de telefone, email ou WhatsApp. Nem o nome da profissional atual que ocupa o cargo. (Um aviso de férias nas últimas semanas também já seria exigir bastante.)

A busca no portal, que era substituída pelo Google por boa parte dos usuários, está cada vez mais lenta e inócua. Leitores apontam como falhos serviços como o "Fale com a gente" (que sumiu do topo) e o "Jornal do Leitor" (que também não se acha). Usuários diversos me enviaram capturas de telas com imagens do portal apontando problemas como páginas em branco ou telas que deveriam ser de notícias atuais, mas aparecem matérias de anos atrás.

Toda essa avalanche digital tem ocorrido por causa de uma mudança interna que tem sido feita no publicador do portal, explica a Redação. Milhares de textos têm sido importados e as correções diárias estão ocorrendo, mas tudo isso é realizado com o portal rodando.

Érico Firmo, editor do O POVO Online, explicou: "Desde 1º de fevereiro, O POVO Online passa por migração de sistema, com objetivo de melhorar a qualidade do portal. Nesse processo, tem havido instabilidades e turbulências. Os problemas têm sido identificados e gradualmente corrigidos. Todos os dias são dadas soluções a algumas demandas. Porém ajustes adicionais não previstos acabam por vezes surgindo. Não há, portanto, um prazo para que tudo esteja normalizado. A prioridade é resolver aquilo que é emergencial. Em particular, páginas fora do ar, dificuldades de acesso e exibição. A partir daí, ajustes e aperfeiçoamentos seguirão sendo feitos, no longo prazo.".

Considero significativa a preocupação em promover modificações a fim de contribuir para a usabilidade do portal. Proporcionar um acesso amigável e funcional para o usuário é tão imprescindível quanto fornecer notícias com qualidade. Não adianta ter conteúdo substancial se o leitor não vai encontrá-lo com facilidade (ou nem encontrá-lo).

No entanto, já se passaram mais de 20 dias, e ainda temos grande parte dessas dificuldades para acessar textos de um dos maiores portais de notícias do Estado. O que são 20 dias no universo digital/online - especialmente quando não temos um prazo definido para que o portal esteja normalizado? Perder relevância no Google soa assustador. Perder relevância para os leitores, porém, deveria ser muito mais preocupante.

Daniela Nogueira