Maria Zilma Rodrigues: Os mortos não falam
Nem espere por
Foi 2 de novembro,
Foi vida passada,
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AssineOs mortos não falam
Leve flores,
Sinta saudade,
Faça o que poder,
Se engane, se quiser
Os mortos não falam
E nem vão
Falar é supérfluo demais
Eles superaram palavras,
Não falam, mas permanecem vivos
Oh meu caro,
Não há tempo para remorso
Viva enquanto ouço
Teu coração palpitar
Fale com ela, ela sim pode e há
Teu orgulho se torna arrependimento
E a vida é algo tão frágil
Tão delicado, sempre a fraquejar
Cumpra teus desejos,
Vá a praia sentir o sol,
Sem hora pra voltar,
Chegar preto como noite, soltando arquejos
Porque nela deu muitos beijos
E riu muito junto ao mar
Não deixe a vida passar
Pare de cometer os mesmos erros,
Porém permita-se se perdoar
E peça perdão
Não espere a morte chegar
Os mortos não falam,
Mas ainda podemos falar.