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Editorial: A situação se agrava, é preciso mais cuidado

01:30 | Abr. 05, 2020
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Tipo Opinião

Na edição de ontem o editorial alertava que o período mais agudo da Covid-19 ainda estava por vir, e destacava a necessidade da manutenção do isolamento social, de modo que se pudesse melhor enfrentar o aumento no número de casos de infecção pelo novo coronavírus. Infelizmente, o prognóstico confirmou-se da pior forma. O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado neste sábado, mostra que o Ceará - juntamente com os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas - vão entrar na fase de "aceleração descontrolada" da doença.

O documento revisa a trajetória do vírus e reconhece problemas ainda existentes que dificultarão os trabalhos durante fase mais crítica da epidemia, como a falta de leitos hospitalares, insuficiência de vagas nas UTIs, e carência de materiais médicos. O Brasil está com grandes dificuldades de comprar equipamentos, como respiradores, kit para testes e até máscaras de proteção. Devido à demanda, esses produtos estão em falta no mercado. Para agravar ainda mais o quadro, os Estados Unidos vêm utilizando métodos heterodoxos para apropriar-se de todo o material disponível, inclusive pressionando empresas a romperem contratos já assinados, como aconteceu com o Brasil.

O Ministério da Saúde ainda destaca a pequena capacidade dos laboratórios brasileiros de realizarem teste. Hoje eles podem processar até 6.700 por dia, sendo que será necessário fazer de 30 mil a 50 mil diariamente, na fase aguda da doença.

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Em vista da situação, o boletim do Ministério da Saúde orienta que os Estados que implementaram medidas de restrição de circulação e fechamento de estabelecimentos não essenciais, devem mantê-las até que o suprimento de equipamentos e profissionais, leitos de UTI e vagas para internações hospitalares estejam "devidamente estruturados e em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia".

É lamentável que diante desse quadro dramático, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, ainda tenha de enfrentar pressões indevidas do presidente Jair Bolsonaro. Sem nenhuma base científica e contra a orientação de epidemiologistas e virologistas do mundo inteiro, o presidente defende o fim imediato do isolamento.

Portanto, é nosso dever apoiar as orientações do Ministério da Saúde no enfrentamento ao novo coronavírus. Juntos, nós vamos superar. Fique em casa. 

 

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