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Editorial: Três continentes unidos por um oceano

01:30 | Jan. 12, 2020
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Tipo Opinião

Brasil está separado da Europa e da África pelo mesmo oceano. Ou unido, a depender dos instrumentos, das relações e, principalmente, das estratégias. A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) capitaneou na última semana uma missão de empresários em busca de prospectar negócios para o Ceará nos dois continentes.

O Ceará está no ponto da América do Sul mais próximo de europeus e africanos. A posição estratégica transformou o Estado em hub aéreo e tecnológico. A localização é uma oportunidade, por muito tempo subutilizada. Ainda há muito mais a aproveitar.

O carro-chefe da missão é a economia do mar. O Ceará sofre com uma barreira imposta a todo o Brasil: desde 2018, a União Europeia suspendeu importações de pescados do Brasil, por o País não estar obedecendo a regras do bloco quanto ao controle de temperatura e qualidade da água nos barcos, regulamentação de locais de desembarque e o controle de metais pesados nos peixes e mariscos exportados. A situação vem desde 2018 e as tratativas do governo brasileiro com as autoridades europeias não tiveram resultado. Foi ponto da pauta da comitiva de empresários.

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O potencial da indústria do mar vai além de pescados. Há possibilidades também no campo da energia, em particular da geração eólica, da mineração. O turismo é outro setor que tem a ganhar com a aproximação.

As tratativas ocorrem na Europa, mas também miram a África. O continente está ainda mais perto geográfica, culturalmente e mesmo da língua. A separação econômica tem diminuído, mas o potencial só começa a ser explorado. Há enormes possibilidades de parcerias para indústria, comércio e também para intercâmbios na área de serviços. Aprofundar laços que já existem na educação, na saúde, na cultura.

O comércio chamado triangular é uma página trágica na história dos três continentes. A partir do século XVI, potências europeias forneceram produtos manufaturados e armas a nações africanas, em troca de escravos, que eram levados para a América, de onde eram retirados metais preciosos e produtos agrícolas.

Os séculos de transformação estabeleceram outros princípios éticos, outros parâmetros e outros papéis para os vários países. Novas possibilidades nas relações mediadas pelo Atlântico. 

 

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