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Cid na Lava Jato: uma ação suspensa e outra com sigilo

00:00 | 18/03/2019

Um dos dois processos que apuram supostas irregularidades do senador Cid Gomes (PDT) no âmbito da Lava Jato teve o sigilo decretado nesta semana e "sumiu" da consulta pública da Justiça Federal do Ceará (JF-CE). O outro, por sua vez, teve suspensão por tempo indeterminado ordenada na última quarta-feira, 13. Ambos os casos envolvem a delação premiada de Wesley Batista, um dos diretores do grupo J&F, que acusa o senador de intermediar pagamentos de propinas para o financiamento de campanhas eleitorais no Ceará.

Segundo o delator, Cid teria condicionado liberação de créditos de até R$ 110 milhões do Estado com o grupo em troca de R$ 20 milhões em doações eleitorais nas campanhas de 2010 e 2014. As supostas irregularidades viraram duas ações separadas na JF-CE, uma para o caso de 2010 e outra para o de 2014. Até a quarta-feira passada, ambas apareciam normalmente no sistema da Justiça Federal cearense.

CASA OFICIAL ADITIVADA

A gestão Camilo Santana (PT) irá investir R$ 440,4 mil na manutenção da residência oficial do governo do Ceará em Brasília. Um novo contrato, feito com dispensa de licitação e publicado no Diário Oficial do Estado da última sexta-feira, prevê que o valor será usado na contratação de motorista, recepcionista, auxiliar de serviços gerais, cozinheiro, administrador de rede e jardineiro, todos a serviço do imóvel. A contratação, no entanto, é apenas temporária e emergencial, uma vez que uma licitação formal sobre o tema já está sendo tocada pela gestão.

Localizada no Lago Sul, bairro nobre da Capital Federal, a residência oficial faz parte dos gastos do governo do Ceará desde 2011. Ela serve de casa de representação da administração do Estado durante viagens do governador ou de outros oficiais da gestão a Brasília. O imóvel foi motivo de grande polêmica em 2015, após ser revelado que o senador Cid Gomes (PDT) residiu no imóvel durante os dois meses e meio em que foi ministro da Educação, no 2º governo Dilma Rousseff (PT).

MUDANÇA AMBIENTAL

O governo Ceará ampliou de 122,79 hectares para 9.015,12 hectares a antiga da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pecém, em São Gonçalo do Amarante e municípios próximos. Com a ampliação, a área foi também rebatizada para APA das "Dunas do Litoral Oeste" e passa a contar com um regramento diferenciado para a concessão de licenças para obras, operação de serviços e afins. Empresários e gestores municipais foram críticos à maior proteção, que poderia, segundo eles, "estrangular" o potencial econômico do Porto do Pecém.

GAMES, SEMPRE ELES

O deputado Delegado Cavalcante (PSL) propõe que a Assembleia avalie formas de "regulamentar" a venda de jogos eletrônicos no Brasil, citando a "utilização indiscriminada" de videogames como um dos motivos da chacina de Suzano (SP). "Esses jogos que ensinam a assaltar, roubar e até matar estão destruindo a mente dos jovens", faz o apelo. Vale lembrar: Cavalcante foi alçado ao estrelato após virar participação recorrente em programas policiais do Estado. Daquele tipo que mostra suspeitos (e cadáveres) no horário do almoço.

 

SARTO E OS IRMÃOS

Diz muito o teor da primeira grande de ação de Sarto Nogueira (PDT) como presidente da Assembleia: um evento público com Cid e Ciro Gomes (PDT) em Fortaleza. A ação, promovida com o intuito de debater a reforma da Previdência, reforça relação próxima entre o novo líder do Legislativo e os Ferreira Gomes e a volta de protagonismo dos irmãos na política do Ceará. Mais afastados do cotidiano local nos últimos anos, Cid e Ciro já começam a ampliar a presença no Estado mais uma vez. Para 2020, Cid é frequentemente citado inclusive como possível candidato à sucessão de Roberto Cláudio (PDT).

Carlos Mazza