As mazelas de uma moralista

Ela estava na janela, como de costume, julgando a vida de todo e qualquer ser que ali aparecesse. Ao perceber que seus maus modos também estavam sendo julgados, ela rapidamente pôs a cabeça para dentro de casa, do mesmo modo que uma tartaruga se esconde dentro do casco quando se sente em perigo.

Ah! Pobre dona Áurea.... Uma senhora, que virou senhora muito cedo; seca, fria, velha e sem graça, ela não se lembrou de viver uma vida memorável, talvez por isso envelheceu tão cedo. Ela, assim como muitas mulheres brasileiras, foi vítima do próprio moralismo e terminou assim, como está: buscando na vida alheia as cores vibrantes que renegou para si.

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A sua mediocridade era evidente para toda a rua, mas o vazio que ecoava em sua cabeça era alto demais para que ela pudesse se dar conta disso.

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