Alexandre de Moraes cobra esclarecimento sobre 'demora' de Bolsonaro na saída de hospital
Autorizado pelo STF, ex-presidente foi a hospital em Brasília no domingo (14/09) para fazer exames e retirada de lesões na pele.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta segunda-feira (15/09) esclarecimentos sobre por que o ex-presidente Jair Bolsonaro não teve "transporte imediato" após sua saída de um hospital em Brasilia no domingo (14/09).
Moraes pediu o esclarecimento à Polícia Penal do Distrito Federal, responsável pela escolta de Bolsonaro ao hospital DF Star, onde ele fez exames e a retirada de lesões na pele, após autorização do STF.
"OFICIE-SE à Polícia Penal do Distrito Federal para que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, envie aos autos relatório circunstanciado sobre a escolta realizada, com informações do carro que transportou o custodiado, agentes que o acompanharam no quarto e o motivo de não ter sido realizado o transporte imediato logo após a liberação médica", escreveu Moraes.
De acordo com cronometragem feita pelo portal Metrópoles, foi de 5 minutos e 33 segundos o tempo em que Bolsonaro passou pela porta externa do hospital e entrou em um veículo de escolta.
Nesse intervalo, ele foi ovacionado por seus apoiadores, que gritavam palavras como "volta Bolsonaro". O ex-presidente acenou brevemente ao público presente.
Nesse período, um dos médicos que o atendeu, Claudio Birolini, deu entrevista à imprensa, enquanto Bolsonaro aguardava em pé. O ex-presidente estava acompanhado de seu filho Jair Renan, vereador em Balneário Camboriú (SC) pelo Partido Liberal (PL).
A BBC News Brasil pediu posicionamento da defesa de Bolsonaro e atualizará a reportagem em caso de resposta.
Na semana passada, Bolsonaro e mais sete réus foram condenados por crimes como golpe de Estado e organização criminosa.
O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, mas sua defesa ainda pode apresentar recursos — que, no entanto, dificilmente alterarão o resultado do julgamento, que ocorreu na Primeira Turma do STF.
Antes da condenação, a defesa de Bolsonaro havia pedido autorização para que ele fizesse o procedimento no DF Star.
Desde o início de agosto, o ex-presidente está em prisão domiciliar por decisão de Moraes, que considerou que Bolsonaro havia descumprido medidas cautelares impostas quando ainda era réu.
Segundo boletim médico do domingo, a retirada das oito lesões na pele ocorreu sem problemas, enquanto exames identificaram anemia por deficiência de ferro e sinais de uma pneumonia recente.
Ainda de acordo com o documento do hospital, Bolsonaro deu entrada às 8h da manhã de domingo e teve alta no mesmo dia.
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