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Substância presente em veneno de formiga pode se tornar novo combustível verde

A iniciativa pretende colocar ônibus para rodarem com a nova tecnologia, na Holanda, até o fim de 2017
21:26 | Jul. 06, 2017
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Um grupo de estudantes está desenvolvendo um novo combustível a base de ácido fórmico (a mesma substância encontrada nos venenos que formigas e abelhas usam contra ameaças e na indústria é usada para conservar alimentos). A iniciativa pretende colocar ônibus para rodarem com a nova tecnologia, na Holanda, até o fim de 2017.

O combustível de ácido fórmico (sua fórmula química é HCOOH), chamado de Hidrozina, é uma substância composta por 99% de ácido fórmico e 1% de um agente químico que melhora o desempenho do combustível. São cerca de 40 estudantes da Universidade Tecnológica de Eindhoven, na Holanda, que estão desenvolvendo a hidrozina e a tecnologia para utilizá-la como combustível. O primeiro protótipo foi lançado pelo grupo, em janeiro de 2016. Tudo isso de acordo com as informações do site da universidade e do site do Team Fast (Time Rápido em tradução livre), que é como a equipe de estudantes envolvidos no projeto denominam-se.

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As vantagens de utilizar essa forma de combustível é que ela produz apenas água e dióxido de carbono (CO2) - e nenhum outro componente tóxico, como óxido nítrico, óxido sulfúrico, fuligem, etc - no processo que proverá energia ao veículo. Apesar de liberar CO2 na atmosfera a equipe garante que essa emissão é neutralizada, pois para produzir o ácido fórmico também é necessário o uso do gás que contribui para o efeito estufa. Assim, ele pode ser retirado da fumaça que sai das chaminés das fábricas, por exemplo, para sintetizar o ácido fórmico.

Outra vantagem desse combustível é que, em comparação com carros com baterias de ions-lítio e que usam energia elétrica, ele tem uma densidade energética quatro vezes maior do que a bateria. Ou seja, um tanque de hidrozina que tenha o mesmo tamanho de uma bateria irá permitir que o veículo percorra uma distância quatro vezes maior. Além de poder ser reabastecido muito mais rapidamente.

Já em comparação com veículos que rodam com grandes tanques de hidrogênio, a hidrozina tem uma vantagem bem simples: ela é um líquido e por isso não é cara para ser armazenada e não tem riscos de explosão como o hidrogênio, o qual precisa estar a alta pressão. Além disso, ela pode utilizar dos equipamentos e componentes dos veículos atuais, que também usam líquidos como combustíveis.

A equipe decidiu apostar no teste com ônibus porque os veículos pesados ainda não estão encontrando soluções viáveis para combustíveis alternativos e limpos. Por outro lado, carros de passeio elétricos já estão em produção e se popularizando. No caso do ônibus que eles vão testar, este é um veículo movido à energia elétrica e o Team Fast acoplou um trailer a traseira do veículo.

Este REX, abreviação de "range extender" (ou extensor de alcance em tradução livre), que será puxado pelo ônibus, proverá a energia elétrica que virá da Hidrozina. Com isso possibilitará que o ônibus percorra 200km adicionais, como foi dito por um representante da equipe de estudantes na entrevista concedida ao jornal britânico BBC. "Nosso tanque tem por volta de 300 litros, então nós iremos estender o alcance do ônibus em 200 km. No entanto, é claro que nós poderíamos fazer o tanque maior muito facilmente", explicou Lucas van Cappellen do Team Fast.

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No trailer (REX) construído pelo time a hidrozina será separada em hidrogênio (H2) e dióxido de carbono (CO2) por um catalisador. O hidrogênio será usado para produzir energia elétrica ao reagir com o oxigênio. Isso será o que alimentará o motor do ônibus.

Como é produzida a hidrozina?

A hidrozina, que em grande parte é composta de ácido fórmico (HCOOH), é produzida a partir de uma reação eletroquímica. Funciona assim: água e CO2 são combinadas e eletricidade ajuda no processo de separar as moléculas da água em oxigênio e hidrogênio. Assim, o hidrogênio se combina com o CO2 e é emitido oxigênio. O produto final é o ácido fórmico.

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