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Cientistas desenvolvem robô que realizará colonoscopia

Robô em formato de minhoca tem a intenção de atuar como um substituto para o tubo flexível com câmera que é usado atualmente na colonoscopia
14:55 | Jun. 20, 2017
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Cientistas da Universidade do Colorado em Boulder estão trabalhando em um robô em formato de minhoca que tem a intenção de diminuir a dor e o desconforto causados pela colonoscopia. O exame - evitado por alguns pacientes - é fundamental para detectar a existência de câncer do cólon ou do reto e outras doenças.


Atualmente, a colonoscopia tradicional é feita com uma espécie de tubo com uma câmera na frente. O médico introduz o equipamento no ânus do paciente com o propósito de ver os órgãos internamente. O problema é que ao chegar na parede do intestino (que é cheio de curvas e dobras) é preciso pressionar com força suficiente para que ele dobre. "É daí que muito do desconforto vem", avalia o professor adjunto da universidade e membro da equipe de desenvolvimento, Mark Rentschler, em entrevista publicada na última sexta-feira, 16.

Os cientistas vêm desenvolvendo diferentes propostas para a colonoscopia. Entre as soluções que envolvem robôs com certo nível de autonomia, já foram pensados designs que envolvem rodas, rastro (esteira usada em tanques de guerra, máquinas da construção civil e agrícolas), entre outras possibilidades para o deslocamento do dispositivo. Contudo, Mark e sua equipe pensaram em uma forma que imitasse movimentos mais naturais do interior do corpo humano para o robô. Optaram por movimentos peristálticos.

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Movimentos peristálticos são contrações e relaxamentos sucessivos dos músculos com a intenção de induzir a algum tipo de movimentação. No caso do sistema digestivo, esse movimento é usado para levar o bolo alimentar por toda a extensão do trato digestivo.

Para o robô conseguir fazer esse movimento será utilizado uma liga metálica com a propriedade do efeito térmico de memória - ou seja, ela volta para determinado formato preestabelecido após alcançar certa temperatura e amolece ao resfriar -, depois disso ela será aquecida por uma pequena corrente elétrica que passará por uma resistência e expandirá. A contração ocorrerá a partir da combinação de ar que resfriará a liga e uma cobertura de silicone (produzida em uma impressora 3D) que reveste o robô e força a liga metálica para dentro (veja no vídeo acima).

O protótipo do robô já consegue se movimentar dessa forma e já contém a câmera que permitirá a realização da colonoscopia remotamente e sem o médico precisar empurrar nada dentro do paciente contínua e constantemente. No entanto, Mark Rentschler esclarece que a equipe ainda tem a intenção de tornar o robô menor em diâmetro (espessura) e aumentar a velocidade de movimento dele antes de o dispositivo poder ser usado. Eles consideram isso um desafio, pois atualmente a minhoca robótica "rasteja" pouco mais de um centímetro por segundo. Uma colonoscopia demora em média 30 minutos e a equipe espera conseguir reduzir esse tempo para apenas 20. "Nós estamos perto, mas precisamos aumentar a nossa velocidade", diz o professor.

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