PUBLICIDADE
Notícias

Em debate em Porto Alegre, candidatos concentram críticas em vice-prefeito

01:00 | 26/09/2016
O debate com candidatos à Prefeitura da capital gaúcha realizado na noite deste domingo foi marcado por uma concentração de críticas voltadas à atual administração municipal. O candidato da situação, Sebastião Melo (PMDB), é o atual vice-prefeito da cidade e lidera as pesquisas de intenção de votos. Este debate foi o primeiro desde a último levantamento do Ibope, que mostrou um distanciamento de Melo com relação aos adversários.

Participaram do encontro, organizado pela Rede Record, cinco dos nove candidatos. Além de Melo, o ex-prefeito Raul Pont (PT), o deputado federal Nelson Marchezan Junior (PSDB) e o deputado estadual Maurício Dziedricki (PTB) foram escolhidos pelo critério de representatividade dos partidos na Câmara dos Deputados. Já a ex-deputada federal Luciana Genro (Psol) foi convidada por um critério jornalístico, pois está bem colocada nas pesquisas de intenção de votos.

Repetindo o ocorrido em debates anteriores, segurança e obras públicas estiveram entre os assuntos mais abordados. Mas, se em outras ocasiões os ataques foram mais difusos, desta vez foi possível observar que o alvo principal era o candidato da situação.

Logo no primeiro bloco, ao responder a uma pergunta de Melo, Luciana questionou o volume de recursos gastos pela Prefeitura com cargos de confiança. Ela disse que, se eleita, cortaria os CCs em excesso e empregaria o dinheiro para fazer um programa que gere trabalho e renda para mulheres vítimas da violência doméstica.

Também no primeiro bloco, Pont questionou Melo sobre o atraso na execução de obras públicas. Segundo o candidato petista, Porto Alegre tem obras "que foram mal contratadas, mal licitadas, sem projeto básico, e que vão exigir mais recursos do município". Em sua resposta, Melo disse que a Prefeitura tirou do papel obras que estavam há 40 anos ou 60 anos esperando para serem feitas.

O vice-prefeito também mencionou que nesta segunda-feira será entregue uma passagem de nível na Avenida Anita Garibaldi. A liberação ocorre com quase três anos de atraso em relação à previsão inicial e depois de problemas no planejamento. Originalmente, este projeto estava incluído no pacote de obras prometidas para a Copa de 2014. "Nós pegamos a Copa como uma oportunidade", afirmou Melo. "A Prefeitura está resgatando obras que vão melhorar muito a vida do cidadão."

No segundo bloco, Pont voltou a questionar Melo, perguntando por que a Prefeitura não tem uma atuação mais efetiva na área de segurança, diante da crise que o Estado vive nesta área. Melo citou ações desenvolvidas pela administração municipal, como os centros integrados de comandos e a instalação de câmeras.

Na réplica, o petista perguntou por que há 260 vagas na Guarda Municipal que não são preenchidas. "Nós não chamamos mais guardas porque não temos recursos. Há limites orçamentários. Tem que ter responsabilidade fiscal", respondeu Melo.

Os candidatos também se referiram à atual administração mesmo quando suas perguntas ou respostas não eram direcionadas a Melo. Num determinado momento, quando Marchezan e Dziedricki debatiam, os dois disseram que a Prefeitura deveria assumir a responsabilidade quando o assunto é segurança pública. Ambos garantiram que, se ganhassem a eleição, tratariam o tema como uma prioridade.

O último debate na televisão em Porto Alegre será na próxima quinta-feira à noite. Uma pesquisa Ibope divulgada na sexta-feira, 23, apontou Melo na liderança da corrida eleitoral na capital gaúcha. Ele apareceu com 29% das intenções de voto, seguido Raul Pont e Nelson Marchezan Junior (PSDB), com, 17%, e Luciana Genro, com 12%. Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, para mais e para menos, os três estão tecnicamente empatados.

Na sequência estão Maurício Dziedricki (PTB), com 7%, e Marcello Chiodo (PV), Júlio Flores (PSTU) e Fábio Ostermann (PSL), com 1% cada um. João Carlos Rodrigues (PMN) não atingiu percentual. Ainda de acordo com o levantamento, os eleitores que declararam a intenção de votar em branco ou de anular o voto são 11%, e os que não sabem ou não responderam, 4%. (Gabriela Lara, correspondente - gabriela.lara@estadao.com)

TAGS