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Ministério Público da Venezuela decreta prisão de marido de ex-procuradora-geral

20:02 | 16/08/2017
Luisa Ortega Díaz, recém-afastada do cargo, é uma das principais vozes contra o governo de Maduro. Seu marido é acusado de envolvimento em suposta rede de extorsão que funcionaria dentro do Ministério Público.O Ministério Público da Venezuela decretou nesta quarta-feira (16/08) a prisão do marido da ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, o deputado Germán Ferrer. O pedido foi feito pelo sucessor da jurista, que foi destituída do cargo no início de agosto pela Assembleia Constituinte. O deputado foi acusado de estar envolvido numa rede de extorsão que funcionaria dentro do Ministério Público enquanto Ortega Díaz comandou o órgão. Eleito pelo Partido Socialista Unido da Venezuela, do presidente Nicólas Maduro, Germán Ferrer, segundo a denúncia, teria aberto várias contas com vários milhões de dólares, apesar de não ter um salário suficiente para tal. "Como o delito foi em flagrante, o cidadão deve estar privado de liberdade, em custódia na sua residência", disse procurador-geral, Tarek Saab, acrescentando que solicitou ao presidente do Tribunal Supremo, Maikel Moreno, que emita uma ordem de captura contra Ferrer "enquanto se inicia o processo de revisão de sua imunidade parlamentar". O novo procurador-geral exibiu papéis nos quais supostamente constaria que Ferrer abriu várias contas em bancos das Bahamas e assegurou que esta "rede de extorsão" que operava do Ministério Público tem contas com montantes que superam 6 milhões de dólares. "Estamos falando de uma máfia transnacional, porque criaram uma fundação e uma companhia anônima no exterior que servia para esta legitimação de capitais ", acrescentou. Logo após o anúncio, o Serviço de Inteligência da Venezuela (Sebin) realizou uma operação de busca e apreensão na casa da ex-procuradora-geral em Caracas. "Neste momento o Sebin revista minha casa como parte da vingança deste governo por lutar contra o totalitarismo que existe na Venezuela", afirmou Ortega Díaz numa mensagem em sua conta no Twitter. Ortega Díaz disse ainda que o governo de Maduro "pretendem acabar" com a luta dela e seu marido "pela democracia e a liberdade dos venezuelanos". A ex-procuradora foi destituída do seu cargo no último dia 5 de agosto pela Assembleia Constituinte, que a acusou de ter cometido "atos imorais". Ortega Díaz não reconheceu a decisão e considerou o movimento um passo a mais do governo de Maduro para o estabelecimento de uma ditadura. Apesar de ser uma chavista declarada, a ex-procuradora-geral se distanciou do governo de Maduro e se tornou uma das principais vozes contra o presidente ao denunciar rupturas constitucionais após decisões do Tribunal Supremo e rechaçar a Assembleia Constituinte. Seu marido também é crítico das recentes decisões governistas. CN/efe/lusa
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