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Itália condena oito por envolvimento na Operação Condor

06:29 | 18/01/2017
Réus de Bolívia, Chile, Peru e Uruguai são sentenciados à prisão perpétua pelo desaparecimento de 23 cidadãos italianos que viviam exilados na América do Sul nos anos 1970 e 1980.Um tribunal de Roma condenou à prisão perpétua nesta terça-feira (17/01) oito ex-militares de Bolívia, Chile, Peru e Uruguai pelo desaparecimento de 23 pessoas na chamada Operação Condor, aliança entre ditaduras sul-americanas dos anos 1970 e 1980 que incluía o Brasil e tinha o apoio dos Estados Unidos. De 27 acusados, a corte declarou culpados os chilenos Hernán Jerónimo Ramírez e Rafael Ahumada Valderrama, o uruguaio Juan Carlos Blanco, os bolivianos Luis García Meza e Luis Arce Gómez, e os peruanos Francisco Morales Bermúdez, Pedro Richter Prada e Germán Ruiz Figuero. Eles foram condenados pelo sequestro e assassinato de cidadãos italianos que viviam exilados no continente na época. Outros 19 acusados por envolvimento no esquema de repressão sistemática de opositores políticos foram absolvidos. Entre os declarados inocentes estão os chilenos Pedro Octavio Espinoza Bravo, Daniel Aguirre Mora, Carlos Luco Astroza, Orlando Moreno Vásquez e Manuel Abraham Vásquez Chauan, assim como o peruano Martín Martínez Garay. Também foram absolvidos os uruguaios José Ricardo Arab Fernández, Nino José Horacio Gavazzo, Juan Carlos Larcebeau, Pedro Antonio Mato Narbondo, Luis Alfredo Maurente, Ricardo José Medina Blanco, Ernesto Avelino Gallos Pereira, José Sande Lima, Jorge Alberto Silveira, Ernesto Soca, Jorge Néstor Troccoli, Gilberto Vázquez Bissio e Ricardo Eliseo Chávez. O processo começou há seis anos e previa no banco dos réus cerca de 140 pessoas, entre elas altos funcionários de Argentina, Brasil e Paraguai. Contudo, devido a problemas burocráticos, somados à morte de alguns dos réus, o número de processados acabou sendo reduzido. A Operação Condor foi idealizada pelo general chileno Augusto Pinochet e serviu como coordenação da repressão da oposição política de regimes ditatoriais de Chile, Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Um relatório da CIA, agência central de inteligência dos Estados Unidos, em que baseia a acusação do promotor italiano Giancarlo Capaldo, aponta que Peru e Equador se tornaram membros do plano no fim dos anos 80. IP/efe/dpa
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