Sobe para 61 número de mortos em incêndio florestal em Portugal
Uma enorme parede de fumaça espessa e chamas vermelhas brilhavam acima das árvores em Pedrógão Grande, a cerca de 150 quilômetros de Lisboa, onde acredita-se que um raio pode ter provocado o incêndio. Investigadores encontraram uma árvore atingida por um raio durante uma "tempestade seca", disse o chefe da polícia nacional aos meios de comunicação portugueses. As tempestades secas ocorrem quando a chuva evapora antes de atingir o chão por causa das altas temperaturas. Autoridades dizem que temperaturas de cerca de 40 graus registradas na área nos últimos dias também podem ter influenciado o incêndio.
Portugal, como a maioria dos países da Europa Meridional, é propenso a incêndios florestais nos meses secos do verão. Pelo menos quatro outros incêndios significativos afetam diferentes áreas do país no domingo, mas o de Pedrógão Grande foi responsável por todas as mortes.
"As dimensões deste fogo causaram uma tragédia humana além de qualquer memória", disse o primeiro-ministro português, Antonio Costa, a jornalistas em sua chegada à cena neste domingo. "Algo extraordinário ocorreu e temos que esperar que os técnicos determinem adequadamente suas causas."
Mais de 350 soldados se juntaram neste domingo aos 700 bombeiros que lutam para apagar as chamas. Em resposta a um pedido de ajuda de Portugal, a Espanha enviou quatro aeronaves de combate a incêndio, enquanto a França disponibilizou mais três. A Grécia também ofereceu ajuda.
O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, disse que as equipes de combate a incêndios estavam tendo dificuldades em combater o fogo, que era "muito intenso" em pelo menos duas das quatro frentes. Segundo ele, as autoridades estavam preocupadas com os fortes ventos que poderiam ajudar a espalhar o incêndio ainda mais.
Gomes disse que pelo menos 30 pessoas morreram dentro de seus carros enquanto tentavam fugir, entre as cidades de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra. Outras 17 morreram fora de seus carros ou pela estrada, 11 pessoas morreram na floresta e duas pessoas morreram em um acidente de carro relacionado ao incêndio. Até agora, ninguém foi atingido pelo fogo dentro de uma casa. O secretário informou também que 54 pessoas foram feridas pelo fogo, 5 delas seriamente, incluindo quatro bombeiros e uma criança.
O maior registro de mortes por causa de incêndios florestais em Portugal ocorreu em 1966, quando 25 soldados morreram tentando combater o fogo. Em agosto passado, incêndios ocorridos em diversos pontos do país deixaram quatro mortos.
Fonte: Associated Press