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"Tenho vergonha das minhas tatuagens neonazistas", diz ex-radical europeu

Ele diz que sua tatuagens não representam mais suas opiniões políticas. Há seis meses, ele foi preso por agentes da polícia especializados em operações antiextremismo
17:25 | Jul. 27, 2017
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O número de militantes de extrema-direita em um programa antirradicalização do governo britânico cresceu de forma significativa.

Segundo dados mais recentes divulgados pelo Ministério do Interior, sobre o ano de 2016, um terço de todas as pessoas encaminhadas ao Chanel, iniciativa do governo que oferece apoio psicológico a pessoas consideradas recrutáveis por extremistas, identificava-se com causas de extrema-direita.

Em relação a 2015, o crescimento foi de 25%. Em algumas áreas do Reino Unido, mais de 50% dos encaminhamentos, sempre a cargo das das autoridades, são de pessoas ligadas a esse segmento - o programa também atende pessoas sob o risco de serem cooptadas por extremistas islâmicos.

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Em conversa com a BBC, um homem participante do programa que não quis se identificar, diz ter vergonha das tatuagens nazistas que fez no corpo por causa de sua radicalização. Ele credita isso ao consumo de álcool e drogas ilícitas. "É, provavelmente, a coisa mais embaraçosa e imperdoável que fiz na minha vida. Tenho vergonha", diz. 

Ele diz que sua tatuagens não representam mais suas opiniões políticas. Há seis meses, ele foi preso por agentes da polícia especializados em operações antiextremismo. "Quando era criança, muitos dos meus amigos tinham bonecos vestidos com o uniforme militar britânico. Eu sempre queria os meus com algum tipo de influência alemã. Para mim, eles eram os oprimidos", afirma.

O rapaz está longe do consumo do álcool e da cocaína há seis meses. Ele deixou a pequena cidade com população majoritariamente branca em que cresceu. Ele diz que sua antiga rede de amigos perpetua um ciclo de "álcool, drogas, tolerância a atitudes racistas e um discurso repleto de termos racistas".

 

Redação O POVO Online

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