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Morre ex-presidente de Israel e Nobel da Paz Shimon Peres, aos 93 anos

O político ajudou a construir o Estado de Israel, foi várias vezes ministro, duas vezes premier e é considerado um dos artífices das tentativas de paz com a população palestina
00:00 | Set. 28, 2016
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O ex-presidente de Israel e prêmio Nobel da Paz Shimon Peres faleceu na madrugada desta quarta-feira, aos 93 anos, em razão de um acidente vascular cerebral, informou seu médico pessoal Rafi Walden.

"Sim, de fato", declarou Rafi Walden, médico e genro de Peres, à AFP. Faleceu enquanto dormia às três da madrugada". O médico não deu maiores informações, mas prometeu conceder uma entrevista coletiva pela manhã.

Com Shimon Peres desaparece o último integrante da geração dos pais fundadores do Estado de Israel e um dos principais artífices dos acordos de Oslo, que estabeleceram as bases para a autonomia palestina nos anos 1990 e lhe valeram o Nobel da Paz junto com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, "por seus esforços a favor da paz no Oriente Médio".

Peres sofreu em 13 de setembro um acidente vascular cerebral (AVC) grave por hemorragia. Desde então, estava sedado e sob respiração assistida na unidade de tratamento intensivo do hospital Tel-Hashomer de Ramat Gan, na região de Tel Aviv, onde faleceu.

O político ajudou a construir o Estado de Israel, foi várias vezes ministro, duas vezes premier e é considerado um dos artífices das tentativas de paz com a população palestina.

As mensagens de apoio enviadas por personalidades de todo o mundo demonstram o respeito internacional que ganhou após décadas de carreira política.

Desde 13 de setembro, o papa Francisco, os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin, e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair enviaram mensagens de solidariedade. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, desejou a ele "uma rápida e completa recuperação", acrescentando que Peres era "um trabalhador incansável em busca da paz entre israelenses e palestinos".

Peres, apesar de ter participado das grandes batalhas da curta história de Israel e suas agudas controvérsias políticas, construiu a imagem de um político de consenso, sendo considerado um "sábio" da nação.

Foi ministro em inúmeros governos, assumiu em várias ocasiões o cargo de primeiro-ministro e, depois, de presidente do Estado de Israel de 2007 a 2014. Ocupou praticamente todos os cargos de alto nível no país, desde a Defesa, passando pelas Finanças e também Política Exterior. Entrou na política aos 25 anos graças ao "velho leão", David Ben Gurion, fundador de Israel.

Apesar dos acordos de Oslo e das negociações de paz, os palestinos têm uma visão muito mais turva de quem garantiu as primeiras colônias judaicas na Cisjordânia e ainda era primeiro-ministro quando a aviação israelense bombardeou o povoado libanês de Cana, matando 106 civis em abril de 1996.

Continuou sendo uma figura muito ativa através de seu Centro Peres para a Paz, que promove a convivência entre judeus e árabes.

Em uma ocasião revelou que o segredo de sua longevidade consistia em fazer ginástica todos os dias, comer pouco e beber uma ou duas taças de um bom vinho.

Redação O POVO Online

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