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Cearense é vítima de xenofobia no Facebook por empresa de São Paulo

Jovem fez comentário em publicação da empresa e recebeu mensagens ofensivas, como "cabeça de caixa d'água" e "passa fome"
19:00 | Mar. 16, 2017
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Um cearense foi vítima de xenofobia na internet, na última segunda-feira, 13. Lucas Vasconcelos, de 22 anos, recebeu mensagens ofensivas na rede social Facebook, após criticar o valor de produtos na página da empresa de São Paulo, Arara Trailer’s. 
 
“Vai procurar algo para fazer, seu cearense de merda”, diz a mensagem da empresa, enviada em modo privado. Lucas recebeu com espanto as ofensas, que ainda o chamavam de “cabeça de caixa d’água” e “passa fome”. 
 
O início das provocações se deu quando Lucas reclamou do preço de produtos divulgados em uma publicação da empresa na rede social. Após uma rápida discussão nos comentários, Lucas se deparou com as agressões xenófobas, enviadas para sua caixa de mensagens.

De imediato, o jovem fez prints das mensagens e de alguns comentários. Em seguida, Lucas foi bloqueado pela página e todos os comentários foram apagados. Mas os contratempos não cessaram. Minutos depois, Lucas recebeu de um perfil chamado Carlos Prado fotos de um e-mail endereçado à empresa de telemarketing onde o jovem trabalha como servidor de operações.
 
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No corpo do e-mail, o texto cobra explicações sobre a conduta de Lucas. Em outra imagem, a empresa teria respondido o e-mail, afirmando que o caso seria encaminhado ao setor responsável. Lucas disse que não foi contatado pela empresa sobre o caso. 
 
O jovem informou ao O POVO Online que seu advogado entrou com um processo jurídico e criminal contra a Arara Trailer's. Lucas disse que via esses casos acontecendo e achava que era exagero abrir processo, pois acreditava que apenas uma conversa poderia resolver. “Mas quando aconteceu comigo eu fiquei muito desconfortável em ser ofendido só por morar no nordeste. A minha visão mudou”, reconheceu Lucas. 
 
Segundo a Lei Nº 9.459, de 13 de maio de 1997, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional estão sujeitos a pena de um a três anos de reclusão e multa. Se os crimes forem cometidos por intermédio de meios de comunicação social, o tempo da pena pode durar de dois até cinco anos. 
 
O POVO Online entrou em contato com a empresa Arara Trailer’s. Uma vendedora informou apenas que o gerente da empresa poderia falar sobre o assunto, mas ele está em viagem e só retornará na próxima terça-feira, 21. No entanto, a vendedora adiantou que o gerente teria dito que o jovem cearense havia iniciado a conversa em tom agressivo.
Redação O POVO Online

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