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Manifestantes fazem marcha pela água em Fortaleza

Coletivo Ceará no Clima pede a prioridade humana no fornecimento de água, conforme diz Lei Federal. Marcha começou na Praça Luíza Távora e seguiu até o Palácio da Abolição, no Meireles
10:40 | Jan. 18, 2017
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Movimentos sociais fazem na manhã desta quarta-feira, 18, uma "Marcha Estadual pela Água" para reivindicar a prioridade humana no abastecimento, o fechamento da termelétrica do Pecém e protestar contra o uso indiscriminado de água no agronegócio. A concentração foi organizada pelo coletivo Ceará no Clima, na praça Luíza Távora, de onde o grupo fez passeata até o Palácio da Abolição, no Meireles.

Além de integrantes do coletivo Ceará no Clima, o protesto reúne representantes do Movimento Sem Terra (MST) e tribos indígenas. Uma comissão foi organizada, por volta das 10h30min, para negociar com o governo.

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A organização indicou que a marcha reúne cerca de 450 pessoas, que saíram da praça na Aldeota por volta das 9 horas. A Polícia Militar não informou estimativa sobre o movimento.

O coletivo Ceará no Clima pede que a preferência do fornecimento de água seja para o consumo humano, com base na Lei Federal 9.433, de 1997. Uma reunião com o governador Camilo Santana (PT) e o secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, deve ser marcada.

Professor de Física e especialista em Mudanças Climáticas, Alexandre Costa participa do ato e defende a substituição de energias fósseis por renováveis. "Nós tivemos em 2008 e 2009 estações chuvosas acima da média que abasteceram nossos principais reservatórios, mas, desde lá até agora, a gente só viu um declínio acentuado. Isso não foi causado apenas pela seca. É uma seca recorde, provavelmente associada às mudanças climáticas, mas a causa principal disso foi a política equivocada de recursos hídricos adotada no nosso Estado", pondera.

[SAIBAMAIS]Segundo Alexandre, a ideia de que a energia solar é mais cara trata-se de uma falácia. "Para essa termelétrica [do Pecém] foram aportados R$ 1,4 bilhões do BNDES que nunca foram pagos. Todo ano, a isenção fiscal do carvão faz com o que Ceará renuncie a R$ 900 milhões de impostos. É só fazer as contas, quatro anos de funcionamento da termelétrica, mais o dinheiro jogado fora nela, daria para colocar um painel solar em cada casa de Fortaleza, em 500 mil domicílios. Isso equivaleria a mesma potencia da térmica", avalia o manifestante.

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Redação O POVO Online com informações da repórter Angélica Feitosa

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