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Dez anos do samba rock cearense da Groovytown

Banda lança primeiro disco autoral, intitulado de 'Santo Remédio'. Mesclando músicas que marcaram a trajetória do grupo com inéditas, o novo trabalho segue apostando na batida swingada e mistura de estilos. O grupo dá sequência à série do O POVO Online, Safra 2017 - Música CE
17:00 | Jan. 13, 2017
Autor Lucas Mota
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Lucas Mota Repórter na editoria de Esportes
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Tipo Notícia

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Para coroar dez anos de samba rock e musicalidade, os garotos da Groovytown lançam o primeiro álbum autoral, "Santo Remédio". Mesclando músicas que marcaram a trajetória do grupo com inéditas, o novo trabalho da banda segue apostando na batida swingada e mistura de estilos. O lançamento exclusivo acontece neste sábado, 14, às 20h, em show no Anfiteatro do Dragão do Mar.


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O processo de criação do disco é fruto da caminhada iniciada pelo grupo em 2007, segundo o vocalista Caio Batista, 24 anos, o quinto a assumir os vocais da banda. O produto final, de certa forma, é a somatória do trabalho de todos que já passaram pela Groovytown.


O disco começou a ser gravado em fevereiro de 2012, logo após o Carnaval daquele ano, mas foi finalizado apenas em 2015. O grupo segurou o trabalho e resolveu lançar na comemoração dos dez anos da banda. Em dez faixas, o samba rock dos cearenses passa por músicas já conhecidas do grupo, como "Mistura Popular", "Menina", "Minha Preta" e "Samba de Brasileiro", que lançou a Groovytown nacionalmente ao vencer um concurso no “Domingão do Faustão".


As novidades ficam por conta de Aluá, que tem participação de Margareth Menezes, Deixa Pra Lá e Malandro e Coisa e Tal. A música Menina, que já era tocada nos shows, ganha participação de Junior Meirelles no CD. Mistura Popular, primeira do álbum, se destaca na mescla do baião com o samba rock.

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O disco estará disponível nas principais plataformas digitais, como Spotify, Itunes e Deezer. O show de lançamento no Dragão trará ao palco ex-membros e parceiros do grupo, como os vocalistas Andersoul, Diego Planária, o multi-instrumentista Cláudio Mendes, o guitarrista Cainã Cavalcante (Guitarrista), o cantor Junior Meirelles e o percussionista e cantor Felipe de Paula.



A Groovytown é mais uma banda cearense que começa 2017 movimentando a cena musical local. O grupo dá sequência à série do O POVO Online, Safra 2017 – Música CE, que traz histórias de artistas do Estado que estão lançando novos discos no mês de janeiro.

 


Início da Groovy
Fã de Jorge Ben, Seu Jorge, Tim Maia, entre outros, o baterista Adriano Azevedo reuniu os amigos no meio musical para levantar o projeto de fazer um som swingado com misturas de samba, soul music, samba rock e música nordestina. Montado o time, era hora de batizar a turma. O batera explica que juntou o "groovy", expressão da Inglaterra que significa diversão, com "town" que saiu da referência da gravadora Motown, conhecida por seus artistas negros norte-americanos.

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A canção dos cearenses "Mistura Popular" resume bem o espírito da turma da Groovy: "Não aguentei essa monotonia popular/Pra balançar o esqueleto tive que inventar/Botei um samba rock e um xote pra dançar", diz trecho da melodia. "Chamei todos meus amigos para fazer esse projeto samba rock. Estávamos cansados da monotonia da época, as mesmas coisas da Cidade. Fizemos um lance com vontade, gostávamos de tocar e de colocar composições de artistas cearenses na mídia", conta Adriano.


Depois de ganhar repercussão nacional com a participação no Faustão, a banda tocou em vários festivais e projetos ligados à música independente pelo país, dividindo o palco com grandes nomes da música brasileira e internacional como: Jota Quest, Jorge Benjor, Lulu Santos , Seu Jorge, Maria Rita, O Rappa, Paralamas do Sucesso, Titãs, Orishas, Biquini Cavadão, Vanessa da Mata, Charlie Brown Jr, Chico César, Monobloco, dentre outros. E, claro, os encontros resultaram em histórias curiosas.


Após abrir um show do Lulu Santos em Camocim, interior do Ceará, os músicos foram surpreendidos pelo carioca. "O Lulu, a gente achava ele todo estrela. Fizemos o show e ficamos no camarim. De repente, o Lulu saiu (do camarim dele) e ficou olhando de longe pra gente. Veio falar e perguntou por que Groovytown? Olhei pra ele e disse: 'cara, não sei', e rimos. Ele nos elogiou e deu conselhos. 'Pô, a banda é massa, poderia ter um nome mais brasileiro, mas já que está dando certo, deixa esse mesmo", conta. O baterista também lembra de referências para o som da Groovytown curtindo o show da banda. "O Seu Jorge e Jorge Ben sempre foram muito receptivos. De repente, nos shows, estavam à beira do palco".

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Já os mineiros do Jota Quest possuem uma relação de proximidade com o grupo cearense. Rogério Flausino e banda são padrinhos musicais da Groovy e ajudaram a divulgar o samba rock do Ceará. "A gente conheceu eles após o nosso primeiro show, em Viçosa. Ensaiamos muito e fizemos um show muito legal. Quando terminamos de tocar, me avisaram que o Flausino estava chamando a gente. E eu: 'quem é Flausino?'. 'É o vocalista do Jota Quest', me alertaram. Quando chegou lá, os caras estavam de braços abertos, nos elogiaram, chamaram para tomar um vinho. Viramos amigos dos caras", relembra Adriano.


Com o novo disco, o fundador da banda aposta no retorno da Groovytown no cenário musical. "A gente está voltando agora com gosto de gás. Está todo mundo bem estruturado psicologicamente, e vamos trabalhar", brinca.


Vocalista da Groovytown era roqueiro

[FOTO2]O jovem Caio Batista surgiu no caminho da Groovytown em 2011 para preencher a vaga deixada por Andersoul, ex-vocal do grupo. Com 18 anos na época, a oportunidade apareceu para ele, que curiosamente era distante do universo do samba. Antes de assumir os vocais da Groovy, Caiô, como é conhecido, curtia rock e chegou a ter banda cover do Nirvana.

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A aproximação da Groovytown ocorreu quando Caiô procurava se distanciar da música para se dedicar ao teatro. O vocalista conheceu o músico Felipe de Paula, compositor de várias músicas da Groovy, no curso Princípios Básicos de Teatro, do Theatro José de Alencar (TJA). Foi Felipe quem fez a ponte de Caio com a banda de samba rock, que naquela altura estava sem vocalista.


"Tinha a viagem de ser roqueiro, de não poder gostar de samba. E lá (na Groovytown) é a galera do samba, e eu era roqueiro. Entrei na banda e fui testando, fizemos vários shows até que se tornou natural estar na Groovytown. Entrei com o bonde andando", relembra. "Hoje tenho consciência da Groovytown, enquanto integrante, enquanto pessoa. Me sinto em casa tocando na banda", completa.


Sem músicos na família, o jovem se enveredou para esse lado por interesse próprio. Criado na casa dos avós, ele conta que foi na vitrola da matriarca, com um vinil do Roberto Carlos, que o teve o primeiro despertar para a música. "O primeiro momento de interesse pela música foi no final dos anos 90. Minha vó tinha um disco do Roberto Carlos, e eu fazia scratch com ele. Deixava todo arranhado. Tentava imitar o som que meu tio escutava do hip-hop", conta.


No violão do tio, o músico aprendeu a tocar de forma autodidata assistindo a clipes em programas da TV. Além de bandas covers, o vocalista da Groovytown chegou a criar um grupo autoral de pop-punk, mas durou apenas um show.


Foi no samba rock da Groovy que o cearense encontrou o seu espaço na música. Já são seis anos à frente da banda, completados no último dia 8 de janeiro. “Espero que esse ano a gente toque bastante. É um momento especial pra mim (show de lançamento), pra gente (da banda). Sou o quinto vocalista da banda nestes dez anos, já passaram várias pessoas. Estamos reunindo esse pessoal, de diversas formações para colocar no palco, num grande encontro”.

 

Serviço:
Lançamento do CD GroovyTown
Local: Anfiteatro Dragão do Mar
Quando: sábado, 13
Hora: 20h
Ingresso: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) 

[SELOMUSICADRAGAO]

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