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'Poderia ter acontecido com qualquer criança no meio da rua', diz mãe de adolescente morto na Paupina

22:54 | Out. 21, 2016
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Tipo Notícia

Após o sepultamento do filho de 14 anos, nesta sexta-feira, 21, a mãe de Charley Fernandes Juvenal, dona Flaviana Rodrigues Juvenal, falou ao O POVO sobre a morte do caçula de dois irmãos. O adolescente levou um tiro durante uma ocorrência da Polícia Militar na noite da última quinta-feira, 20, no bairro Paupina.
[SAIBAMAIS]
"Ele tomou banho, sempre vai para a casa da namorada. A rua é estreita e como é noite, as pessoas colocam venda de bolo e comida, ficam crianças, quando chega a Polícia as pessoas já saem correndo. Ele ficou com medo", relatou.  


A mãe diz que, por ela, "não ia mais mexer nisso", mas os moradores da comunidade estão revoltados. "Quando eles (Polícia) vêm não querem nem saber. E quando a pessoa filma com o celular já partem para derrubar. É a lei do maior. Meu filho já morreu e nada vai trazer a vida dele mais", relata.


"Meu filho nunca precisou disso (crime), somos pobres, mas conseguia o dinheiro limpinho, ajudando os outros. O que aconteceu com meu filho poderia ter acontecido com qualquer criança no meio da rua".

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Conforme a mãe, Charley aceitou Jesus na hora da morte. "No leito de morte ele aceitou Jesus, quem socorreu ele foram os irmãos da igreja. Ele se converteu e Deus o levou", disse emocionada.
 
O caso
 
O POVO Online apurou, com base em relatos de moradores da comunidade, que o adolescente foi abordado por uma viatura da PM, que o mandou parar, mas ele não obedeceu. Os policiais teriam jogado a viatura por cima dele, que caiu no  chão, e em seguida, fugiu correndo e foi atingido por um tiro nas costas. O menino saiu pedindo socorro e foi levado ao Frotinha da Messejana, mas não resistiu aos ferimentos.


A versão não oficial, dada por policiais, é de que chegaram ao local para uma ocorrência de tiroteio e se depararam com o rapaz baleado. E que moradores da comunidade estariam transferindo a responsabilidade para a Polícia.


O relações-públicas da PM, tenente-coronel Andrade Mendonça, foi contatado mas disse não poder se manifestar, uma vez o caso ainda não chegou oficialmente à Polícia.

Redação O POVO Online

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