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Conheça a história do Palácio João Brígido, o Paço Municipal

De armazém à sede da Prefeitura, passando por casa da alta sociedade, palco para saraus, residência de bispos e anos de abandono, o Paço Municipal continua a ser ocupado por Roberto Cláudio (PDT)
08:00 | Out. 31, 2016
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Roberto Cláudio (PDT) foi a escolha de 53,57% dos fortalezenses para continuar, pelos próximos quatro anos, ocupando o Paço Municipal. O prédio amarelo e branco, de janelas e portas azuis e estilo neoclássico com arremates em Art-déco, nem sempre foi sede do poder executivo municipal.  Situado na rua São José, no Centro, aos fundos da Catedral Metropolitana, o Palácio João Brígido, como é intitulado atualmente em homenagem ao político e jornalista João Brígido dos Santos (1829-1921), foi construído em área nobre da Cidade, e já foi armazém, palco para festas suntuosas e sede do Bispado da Capital, quando recebeu o nome de Palácio do Bispo.
 
 
O POVO recontou a história do palacete em diversas matérias especiais desde 2005. Naquele ano era iniciado o processo de tombamento em âmbito municipal do prédio, no início do primeiro governo de Luizianne Lins (PT), e foi anunciada uma reforma, concluída apenas cinco anos depois, que devolveria ao casarão a sede Prefeitura de Fortaleza. 
 
 
Construído às margens do Rio Pajeú, na primeira metade do século XIX, na década de 1820, o casarão era usado inicialmente como armazém de secos e molhados, pelo comerciante português Antônio Francisco da Silva, explorador de algodão.
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Por volta de 1860, o coronel português Joaquim Mendes da Cruz Guimarães comprou o prédio e o transformou no Solar dos Mendes Guimarães, residência de sua família, que aportava bailes, saraus e ricos encontros da alta sociedade alencarina.
 
 
O nome que até hoje ainda marca sua história, o de Palácio do Bispo, foi alcunhado em 1866 quando o casarão da rua São José, 1, passou a ser residência dos bispos de Fortaleza. Os registros não oficiais dão conta de que o Arcebispado primeiro alugou o prédio para, depois, comprá-lo. 
 
 
Pelos mais de cem anos seguintes, o Palácio do Bispo serviu de residência para cinco representantes máximos da Igreja em Fortaleza: dom Luiz, dom Joaquim, dom Manuel, dom Antônio Lustosa e, por último, dom Delgado, que dá nome ao Bosque exuberante, cortado pelo Pajeú que faz parte da propriedade.  
 
 
Por decisão de dom Delgado o edifício de três andares foi vendido para a prefeitura, então no comando do prefeito Vicente Fialho. O Paço abrigou os nove prefeitos que se sucederam na gestão da Cidade.
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Foi na Era Juraci Magalhães que a sede da Prefeitura deixou o prédio histórico pela primeira vez. Em setembro de 1991, Juraci transferiu seu gabinete para um imóvel na avenida Dedé Brasil, na Serrinha. Em outubro de 1996, o então prefeito Antônio Cambraia retornou ao Paço, menos de três meses antes de deixar o cargo.
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De volta para o executivo, para o terceiro mandato, Juraci empreendeu nova mudança. Desta vez, o poder municipal foi para um prédio alugado na avenida Luciano Cavalcante, onde permaneceu até o governo de Luizianne.
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Em 2005, o Palácio João Brígido foi o primeiro prédio a ser tombado pela municipalidade. Cinco anos depois, em 15 de janeiro de 2010, a então prefeita, após reforma no prédio que - apesar de manter algumas secretarias ao longo dos anos, foi tomado pelo abandono - volta ao Paço, com perspectiva de revitalizar o Centro. Além do prefeito, o Paço atualmente abriga o chefe de Gabinete e a Secretaria Municipal de Governo. 
Redação O POVO Online 

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