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Fipe projeta para fevereiro em SP a primeira deflação para o mês desde 2012

16:36 | 24/02/2017
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deve fechar fevereiro com deflação de 0,05%, que é a mesma taxa apurada na terceira quadrissemana do mês. A previsão foi divulgada nesta sexta-feira, 24, pelo coordenador do IPC da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. Anteriormente, ele estimava sutil alta de 0,03% para o encerramento deste mês.

Caso a projeção seja confirmada, será a primeira deflação para fevereiro desde 2012, quando houve declínio de 0,07%. "Não só os alimentos estão caindo, mas artigos de limpeza e higiene (-0,42%) e itens eletroeletrônicos (-0,88%), além de produtos alimentícios industrializados (-0,36%). Isso deve continuar pelo menos até o fim do mês", estima.

A expectativa de Chagas é que os grupos Alimentação, Transportes e Despesas Pessoais encerrem fevereiro com deflação de 0,60%, 0,16% e 0,05%, respectivamente. Na terceira quadrissemana, quando o IPC recuou 0,05%, houve queda quase generalizada dos segmentos alimentícios. Os preços industrializados caíram 0,36%, depois da alta de 0,04% na segunda leitura do mês, enquanto os semielaborados cederam 2,37%, após retração de 2,18%.

O declínio de preços de produtos industrializados, não somente de alimentos dessa categoria, pode estar refletindo, conforme o economista, um ajuste no setor industrial, que estaria tentando reduzir estoques. "Pode ser tentativa de troca de estoque, à medida que começam a vislumbrar um quadro menos desfavorável, ainda que a capacidade ociosa seja grande", estima.

Já os alimentos in natura subiram 0,69%, na comparação com 0,58% na segunda quadrissemana. A taxa de alimentação fora de casa também ficou positiva, em 0,25%, mas aquém da alta de 0,42% apurada anteriormente. "A grande maioria dos segmentos de Alimentação deve continuar em uma situação benigna. O preocupante são os industrializados, cujas quedas começam a dar sinais de que estão desaparecendo", adianta.

Chagas citou como exemplo carne suína que há três semana registrou queda de 2% e na terceira quadrissemana subiu 0,02%. "Na ponta (pesquisa recente), estão subindo 1,3%", diz.

De acordo com o economista, a intensificação no ritmo de queda esperada para o grupo Transportes deve-se à previsão de novos recuos nos preços dos combustíveis. Na terceira quadrissemana, houve declínio de 0,11% na gasolina e de 0,26% em etanol.

Já o grupo Despesas Pessoais, diz, deve ser influenciado pela expectativa de avanço na velocidade de baixa nos preços de passagem aérea. A previsão é que este conjunto de preços atinja 0,05%, depois de -0,02% na terceira leitura de fevereiro.

Em contrapartida, a classe de despesa de Habitação deve acelerar o ritmo de alta para 0,40%, na comparação com 0,13% na terceira quadrissemana, em razão dos efeitos finais da queda na tarifa de iluminação pública, segundo Chagas. "Em março, começaram a aparecer os impactos do aumento de PIS/Cofins, fora que ainda não sabemos como serão os efeitos das indenizações nas contas de luz", afirma.

O grupo Saúde, que ficou em 0,81% na terceira leitura, é outro a pressionar o IPC para cima, segundo o economista. Ele explica que o movimento decorre das influências de reajustes contratuais dessa época do ano de alguns planos de saúde.

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