Missão da S&P avalia se ajuste fiscal avançou
Uma missão técnica da agência está no Brasil fazendo uma avaliação do PaÃs e as conversas têm sido positivas em relação à melhoria do cenário fiscal, principalmente depois da votação em dois turnos na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Teto dos Gastos Públicos, segundo apurou o Estado.
Nas reuniões em BrasÃlia, os representantes da agência pediram informações detalhadas sobre as metas fiscais, as reformas em andamento, o projeto de renegociação da dÃvida dos Estados e o quadro fiscal dos governos regionais. A crise nas finanças dos Estados foi uma das preocupações da S&P. O cenário polÃtico ainda conturbado no PaÃs também foi revisitado durante as conversas.
Segundo uma fonte da área econômica, como as mudanças no Brasil estão caminhando muito rapidamente, a possibilidade de mudança na perspectiva da nota, o chamado "outlook", entrou no radar. "Não é impossÃvel. Há chance de ocorrer", disse a fonte.
Esse movimento da agência poderá ser reforçado à medida que ficar claro que o programa de repatriação vai garantir boa arrecadação para reforçar a meta fiscal de 2016, além da aprovação, pelo Senado, da PEC do Teto e o encaminhamento da reforma da Previdência.
Sinalização
A possibilidade de mudança na perspectiva da nota do Brasil é considerada uma sinalização importante para a economia. Quando a nota tem perspectiva negativa, significa que o próximo passo poderá ser um novo rebaixamento. "Sinalizaria que vai parar de piorar", avaliou a fonte do governo. O retorno do grau de investimento ao Brasil, no entanto, deverá demorar a ocorrer, na avaliação do próprio governo.
A S&P rebaixou, em fevereiro, a nota do Brasil no rastro da piora das contas públicas e da crise polÃtica do Brasil no perÃodo antes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O rating ficou dois nÃveis abaixo do grau de investimento, refletindo o aumento do déficit das contas do governo e da dÃvida pública.
Na época, a agência avisou que a perspectiva da nota do Brasil poderia ser revisada para estável, se as incertezas polÃticas no Brasil fossem revertidas, permitindo a execução de uma polÃtica consistente que melhorasse as condições para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Na ocasião, os problemas que a Petrobrás enfrentava para financiar a sua dÃvida, entre 2017 e 2018, entraram na conta do rebaixamento. Havia a percepção de que a empresa seria "salva" pelo Tesouro Nacional, com algum tipo de apoio financeiro. Essa possibilidade de intervenção do governo na empresa põe pressão sobre o rating soberano do PaÃs, enfraquecendo a nota.
Agora, a S&P vem ao PaÃs em um momento no qual a petrolÃfera se encontra numa situação mais favorável, inclusive com a revisão, para melhor, da nota de crédito da Petrobrás pela agência MoodyÂ?s.
Petrobrás
No inÃcio do ano, agências de risco esperavam que a Petrobrás fosse precisar de "socorro" do Tesouro. Agora, a avaliação é de que a empresa conseguiu reverter parte de seus problemas, tanto que a agência MoodyÂ?s já revisou para cima a nota da estatal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.