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Déficit do setor externo é o menor para setembro desde 2007, revela BC

10:42 | 25/10/2016
Após o déficit de US$ 579 milhões em agosto, o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 465 milhões em setembro, segundo informação divulgada nesta terça-feira, 25, pelo Banco Central. Este déficit de setembro representa o melhor resultado para o mês desde 2007, quando houve superávit de US$ 481,5 milhões.

O resultado de setembro ficou melhor que a mediana negativa de US$ 1,700 bilhão apontada pelo levantamento realizado pelo Projeções Broadcast com 23 instituições, que ia de um déficit de US$ 2,400 bilhões a déficit de US$ 600 milhões. A estimativa do BC é que o rombo externo de 2016 seja de US$ 18,0 bilhões.

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 3,603 bilhões em setembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,602 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 1,656 bilhão. No caso da conta financeira, o resultado ficou no vermelho em US$ 92 milhões.

No acumulado do ano até setembro, o rombo nas contas externas soma US$ 13,582 bilhões.

Já nos últimos 12 meses até setembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 23,251 bilhões, o que representa 1,31% do Produto Interno Bruto (PIB).

Remessa de lucros e dividendos

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes no exterior foi de US$ 899 milhões em setembro, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume menor do que os US$ 2,037 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 12,168 bilhões. O resultado enviado é inferior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 13,690 bilhões. A expectativa do BC é que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 19,0 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 784 milhões em setembro ante US$ 994 milhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 15,991 bilhões, valor menor que os US$ 17,215 bilhões de igual período do ano passado. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros externos no valor de US$ 21,2 bilhões.

Viagens internacionais

A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em setembro, conforme o Banco Central. No mês passado, quando o dólar ficou praticamente estável ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 851 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 774 milhões. O déficit das viagens internacionais, portanto, cresceu 9,9% em um ano.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,294 bilhão em setembro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 443 milhões no mês passado.

No acumulado do ano até setembro, o saldo líquido dessa conta está negativo em US$ 5,814 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 9,806 bilhões. Para 2016, o BC estima um déficit de US$ 7,5 bilhões para esta rubrica, menos que os US$ 11,5 bilhões de déficit registrados em 2015.

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