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Moonlight leva o Oscar de melhor filme

A atriz Viola Davis e o ator Mahershala Ali são premiados como os melhores coadjuvantes
10:10 | Fev. 27, 2017
Autor Isabel Costa
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[FOTO1] Conforme já era esperado, as fortes conotações políticas deram o tom da 89ª edição do Oscar, que aconteceu na noite de domingo, 26, em Los Angeles, Estados Unidos. Moonlight ganhou o prêmio de melhor filme, desbancando La la land - Cantando Estações, que era cotado como o favorito e acabou levando outras seis estatuetas. A norte-americana Viola Davis recebeu a premiação como Melhor Atriz Coadjuvante pela atuação em Um Limite Entre Nós. Já a estatueta na categoria Melhor Ator Coadjuvante foi para Mahershala Ali, pela interpretação em Moonlight.

Os três troféus vêm em um momento de forte discussão sobre o protagonismo dos negros dentro da indústria cinematográfica. Na edição de 2016, a premiação foi criticada pela falta de atores negros entre as categorias. Imponente num vestido vermelho e visivelmente emocionada, Viola, 51 anos, fez um discurso longo e agradeceu por ter tido a chance de se tornar uma artista - “porque somos a única profissão que celebra o que realmente significa viver a vida”. A atriz emocionou a plateia do Teatro Dolby. Com a premiação, Viola tornou-se a primeira negra a ganhar um Oscar, um Emmy e um Tony. Ela já havia sido indicada ao Oscar duas vezes.

La la land - Cantando Estações chegou a ser anunciado como o vencedor na categoria Melhor Filme. Poucos instantes depois, houve uma correção dos diretores do evento. O público que acompanhava a cerimônia na internet comparou o erro ao engano cometido no Miss Universo 2015, quando a Miss Colômbia foi anunciada vencedora e precisou entregar a coroa para a filipina Pia Alonzo.

Moonlight - dirigido e escrito por Barry Jenkins - conta a história de um jovem negro que trilha uma jornada de autoconhecimento. Além da categoria principal e do prêmio para Mahershala Ali, o longa também recebeu a estatueta pelo Melhor Roteiro Adaptado. O prêmio de Melhor Ator foi para Casey Affleck pela interpretação em  Manchester À Beira-Mar; como Melhor Atriz foi escolhida Emma Stone pelo trabalho em La La Land - Cantando Estações; e o prêmio de Melhor Roteiro Original ficou para Manchester À Beira-Mar.

A noite ainda teve algumas surpresas. O longa Animais Fantásticos e Onde Habitam, spin off de Harry Potter, levou o troféu de Melhor Figurino. É a primeira premiação recebida pela saga, que chegou ao nono título cinematográfico em 2016 e possivelmente terá mais quatro filmes. Outra surpresa da noite foi o Oscar de Melhor Cabelo e Maquiagem para o criticado Esquadrão Suicida, que reúne os vilões do Universo DC. Na rede social Twitter, houve retaliação para a escolha da academia.

O Twitter, aliás, deteve alguns dos melhores lances da noite. O apresentador Jimmy Kimmel, que conduzia a cerimônia, mandou uma mensagem para Donald Trump. Mais cedo, o presidente norte-americano havia dito que não assistiria à cerimônia. A brincadeira de Kimmel influenciou milhares de internautas, que começaram a twittar para o presidente.

Em uma das mensagens, o apresentador saiu em defesa de Meryl Streep, que concorreu ao Oscar de Melhor Atriz por Florence: Quem é essa mulher? e perdeu para Emma Stone. Meryl criticou publicamente o presidente eleito, sem mencionar seu nome, durante a entrega do Globo de Ouro, em 9 de janeiro. Trump respondeu nas redes sociais afirmando - entre outras coisas - que a atriz é supervalorizada.

Outra polêmica da noite desencadeada pelo presidente foi a ausência do diretor Asghar Farhadi. Iraniano, ele decidiu não comparecer ao evento em resposta ao veto decretado por Trump à entrada de cidadãos do Irã e de outros seis países de maioria muçulmana nos Estados Unidos. Farhadi ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro pelo longa The Salesman (O apartamento). Ele enviou um discurso, que foi lido, explicando que não compareceu por questões políticas.

Transmissão no Brasil

A Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão da cerimônia no Brasil, deu preferência ao desfile das escolas de samba carioca durante a noite de domingo. Brasileiros acompanharam a cerimônia através do canal pago TNT ou em serviços de streamming na internet. A premiação também dominou as conversas durante a noite no Twitter e em sites de notícias (veja o tempo real do O POVO online aqui).

Nesta segunda-feira, 27, a partir das 15h30, uma versão compacta da premiação será exibida pela emissora. Em 2016, a Rede Globo escolheu a atriz Glória Pires como comentarista da cerimônia. Pouco preparada e visivelmente entediada, ela se tornou um dos assuntos mais comentados no país após a icônica frase “não sou capaz de opinar”. Para este ano, Arthur Xexéu e Miguel Falabella foram escolhidos como comentaristas. E a jornalista Christiane Pelajo será responsável pela apresentação.

Laço azul

O tom politizado da cerimônia começou ainda no tapete vermelho. Personalidades como a atriz Ruth Negga e a modelo Karlie Kloss desfilaram portando um laço azul atado aos vestidos de grife. O acessório é símbolo da chamada União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês). O uso do laço simboliza apoio “aos direitos e liberdades civis garantidos pela Constituição a todo o mundo nos Estados Unidos”, conforme divulgou a ACLU ao convidar atrizes, atores, músicos e outros artistas a usar a fita. O alvo do protesto supostamente é o presidente Donald Trump.

 

Prêmios da noite

-Melhor filme: Moonlight – Sob a Luz do Luar

- Melhor ator coadjuvante: Mahershala Ali (Moonlight – Sob a Luz do Luar)

-Melhor atriz coadjuvante: Viola Davis (Um limite entre nós)

-Melhor ator: Casey Affleck –  Manchester À Beira-Mar

-Melhor atriz: Emma Stone (La La Land - Cantando Estações)

-Melhor roteiro original: Manchester À Beira-Mar

-Melhor roteiro adaptado: Moonlight – Sob a Luz do Luar

-Melhor diretor: Damien Chazelle (La La Land - Cantando Estações)

-Melhor Cabelo e Maquiagem: Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Nelson (Esquadrão Suicida)

-Melhor figurino: Colleen Atwood (Animais Fantásticos e Onde Habitam)

-Melhor documentário em longa-metragem: O.J.: Made in America

-Melhor edição de som: A Chegada

-Melhor mixagem de som: Até o Último Homem

-Melhor filme estrangeiro: The Salesman (Irã)

-Melhor longa de animação: Zootopia - Essa cidade é o Bicho

-Melhor curta de animação: Piper

-Melhor Design de Produção: La la land - Cantando Estações

-Melhor edição: John Gilbert – Até o Último Homem

-Melhores Efeitos Visuais: Mogli - O Menino Lobo

-Melhor documentário em curta-metragem: The White Helmets

-Melhor curta-metragem: Sing

-Melhor fotografia:  La la land - Cantando Estações

-Melhor Trilha Sonora: La la land - Cantando Estações

-Melhor Canção Original: “City of Stars” | Música de Justin Hurwitz, canção de Benj Pasek e Justin Paul (La La Land: Cantando Estações)

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Conheça mais sobre os outros indicados por meio dos links:

Animais Fantásticos: http://blog.opovo.com.br/cinemaas8/animais-fantasticos-e-onde-habitam/

Moonlight: Sob a Luz do Luar: http://blog.opovo.com.br/cinemaas8/moonlight-sob-luz-do-luar-o-que-constroi-um-homem/

Um limite entre nós: http://blog.opovo.com.br/cinemaas8/um-limite-entre-nos-sentimento-corroido-pela-amargura/


La La Land: Cantando Estações: http://blog.opovo.com.br/cinemaas8/la-la-land-encontro-de-artes-agonizantes/


Até o Último Homem:
http://blog.opovo.com.br/cinemaas8/ate-o-ultimo-homem-um-fascista-nunca-e-humanitario/

A Chegada:  http://blog.opovo.com.br/cinemaas8/chegada-lingua-do-tempo/

Manchester à Beira Mar: http://blog.opovo.com.br/cinemaas8/manchester-beira-mar-vazio-palpavel/
 

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