Participamos do

Mais de 3 mil espécies da fauna e flora brasileira estão ameaçadas de extinção

O Brasil abriga mais de cem mil espécies de animais em seu território; vários exemplares da nossa fauna estão ameaçados de extinção; veja galeria
18:49 | Dez. 08, 2016
Autor Bruna Damasceno
Foto do autor
Bruna Damasceno Repórter no OPOVO
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

[FOTO6] A rica biodiversidade brasileira tem sofrido impactos com extinção animal em massa. O declínio da população da fauna e flora brasileira é alarmante: ao todo, 1173 animais, entre mamíferos, aves répteis, anfíbios e peixes e mais 2.113 espécies da flora estão ameaçados de extinção, segundo levantamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), divulgado em 2014.


O coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Emerson Antonio de Oliveira, explica que as espécies naturais de uma determinada região dependem diretamente do ambiente em que habitam e que, para conservá-las,  é importante proteger seus ecossistemas. “ Quando se perde uma área natural para ocupação urbana, agropecuária, queimadas e drenagens, por exemplos, estamos aumentando o risco de perder uma ou mais espécies que habitam este local”, frisa.


“ É importante ressaltar que algumas espécies vivem em áreas muito restritas, como topo de montanhas, banhados e trechos de rios, então o impacto em alguma dessas áreas pode significar o desaparecimento de uma espécie. Quanto mais interferirmos nos ecossistemas, mais espécies correm o risco de desaparecer”, diz o especialista.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

 

Confira a galeria com alguns destes seres incríveis e saiba onde habitam:

[FOTO1] O anfíbio foi identificado pela primeira vez na Reserva Natural Salto Morato, da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em Guaraqueçaba, litoral norte do Paraná. A espécie é encontrada somente nos topos de morros da Mata Atlântica, que são regiões úmidas e frias. Com três dedos nas patas traseiras, a espécie chega a 1,5 cm de comprimento.

[FOTO2] O bicudinho-do-brejo (Stymphalornis acutirostris) pesa cerca de 10 gramas e mede em torno de 14 centímetros. Tem um voo limitado, de no máximo 25 metros. Isso, somado à degradação de seu habitat, interfere diretamente na ocorrência da espécie, que hoje vive em áreas não contínuas. É encontrado em Santa Catarina e no Paraná.

[FOTO3] Classificada como “espécie em perigo”, o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) habita as regiões Sul e Sudeste do Brasil. Endêmica da Mata Atlântica, suas principais ameaças são a caça predatória e a degradação do seu habitat. A ave alimenta-se de frutos, sementes e folhas. No Sul do país, o principal alimento é o pinhão, semente da Araucária. 

[FOTO4]  Encontrado em todos os biomas brasileiros, o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) se alimenta principalmente de pequenos insetos. A espécie não tem dentes, o que o torna uma exceção entre os mamíferos. A captura dos seus alimentos é com sua língua comprida e também grudenta. Seu risco de extinção está ligado à perda de habitat natural. 

[FOTO5] Endêmico da Mata Atlântica, o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) é o maior primata das Américas, podendo chegar até 15kg. A espécie é classificada como “criticamente em perigo”, o que significa que enfrenta risco extremamente elevado de extinção na natureza. Atualmente, são identificados apenas mil indivíduos que vivem todos no Brasil, sendo a maioria localizada em Minas Gerais. Curiosamente, os animais vivem em grupos e tem o hábito de se abraçarem.

[FOTO6] A espécie vive cerca de 16 anos e tem hábitos diurnos. Alimenta-se principalmente de frutas, animais invertebrados e pequenos vertebrados. O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) habita o Rio de Janeiro e leva esse nome devido sua pelagem dourada, que está disposta na sua cabeça em forma de juba. Habita o Sudeste do Brasil.

[FOTO7] O periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus) tem um papel de grande importância na regeneração natural das florestas pois, ao se alimentar, dissemina sementes em diferentes áreas e que promove o nascimento de novas árvores. Considerado criticamente ameaçado de extinção, o psicitacídeo (grupo de aves das araras, periquitos e papagaios) é o mais ameaçado do país e pode ser encontrado apenas no Ceará. 

 

 

Iniciativa

 

A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.493 projetos de 493 instituições em todo o Brasil.

 

A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.

 

 

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente