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Orquestra Eleazar de Carvalho segue com dificuldade para manter agenda
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Orquestra Eleazar de Carvalho segue com dificuldade para manter agenda

Após 20 anos de história, Orquestra Eleazar de Carvalho segue passando por dificuldades para manter agenda de concertos e o pagamento dos músicos
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Com 20 anos de história, a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho (Orcec) vem passando por dificuldades e está sem motivos para comemorar. Em meados de 2010 os problemas começaram a vir à tona na administração da Associação Artística de Concertos do Ceará, que geria o grupo, e os músicos começaram a não receber seus pagamentos com regularidade.

[SAIBAMAIS]

Desde o início, a Orquestra tem nos convênios com a Secretaria da Cultura do Estado a única fonte de renda para pagamento dos músicos e manutenção da agenda. Há 15 anos tocando violoncelo na Orcec, Cláudio Marques acompanhou boa parte dessa história. “Nós sempre tivemos uma regularidade de convênios. Assim que acabava, era renovado. Mas, em 2013, a coisa piorou de vez. Quando fomos ver o histórico administrativo, faltava uma prestação de contas correta, e isso não é culpa da Secult”, emenda Cláudio, que é também coordenador dos eventos da Orcec.


Os músicos então quebraram a relação com a associação e atualmente a Orquestra passa por um processo de transição na gestão. O grupo ainda está prestando contas do último convênio, que data de 2014 e é no valor de R$ 1,4 milhão. Com isso, os 20 músicos que hoje compõem a Orquestra estão há um ano e meio sem receber pelas apresentações. “Alguns amigos pagam as xerox das partituras, outro arranja a passagem pra um músico ir se apresentar, o arranjador faz os arranjos de graça”, conta Cláudio.


Recentemente a Orcec conseguiu se incluir no Edital Mecenas da Secult, onde tem a autorização para a captação de R$ 400 mil. Por meio desse edital, 80% do valor doado pelas empresas e outros parceiros volta como abatimento no imposto de renda, “os outros 20% é como se fosse uma doação mesmo, então é muito difícil (conseguir apoiadores). É um leão por dia, por isso a Orquestra sofre tanto, porque não tem nada seguro”, comenta Arthur Barbosa, maestro titular e diretor artístico.

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Para não deixar a Orquesta “morrer” e cair no esquecimento, o grupo realiza concertos esporádicos como Rock Concert, em que toca clássicos do rock, e homenagens a músicos cearenses, como o espetáculo Belchior Vive. Quase todos esses shows têm entrada gratuita. “Depois que eu entrei, conseguimos formar público por meio da música popular, mas sem deixar o clássico de lado. Temos o potencial artístico, temos o poder didático de formar plateias, mas precisamos entrar nos trilhos e precisamos de apoio”, emenda Arthur.


Para Suzete Nunes, secretária adjunta da Secult, a Orcec é uma orquestra de referência no Estado, e que, assim como outros grupos, “sempre contou com o apoio da Secretaria”. Sobre a possibilidade de tornar a Orquestra Eleazar de Carvalho como a oficial do Estado, podendo assim receber uma verba fixa, a secretária explica que é preciso ter um diálogo maior e um estudo dos outros grupos. “Mas sempre estaremos abertos (a conversar)”, adianta. “Nós temos trabalhado para articular um plano estadual de música, para abranger essa e mais orquestras”, conclui.


 

 


 
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