Logo O POVO+
V&A Viu. Orange is the new black - 5ª temporada
Vida & Arte

V&A Viu. Orange is the new black - 5ª temporada

Série da Netflix entra na quinta temporada em clima de rebelião e com cenas que exigem estômago do público
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL

[FOTO1][FOTO2] 

Antes da estreia da quinta temporada de Orange is the new black, escutei o comentário aleatório de um amigo: “essa série é boa até quando é ruim”. Verdade absoluta. Mesmo embarcando na sujeira desnecessária, errando o ponto em várias cenas e passando superficialmente por boas histórias, a série continua valendo os minutos gastos. A aguardada quinta temporada, que estreou em 9 de junho, trouxe os desdobramentos após as detentas de Litchfield iniciarem uma rebelião.


A marca mais forte dos novos episódios é a sujeira. Os produtores não economizaram em fezes, sangue e outros detritos inomináveis nas páginas do jornal. Claro, a produção da plataforma de streamming Netflix nunca apresentou cenários ou personagens assépticos. Mas, na quinta temporada, o fedor e a sujeira estão marcadas mais do que o necessário. A clássica cena na qual Piper Chapman (Taylor Schilling) recebe um sanduíche recheado com absorvente íntimo nem de perto se aproxima de asquerosidade da quinta temporada.


Além de preparar o estômago, o espectador terá que preparar os lencinhos. Há uma característica comum entre as detentas: elas sempre tomam as decisões erradas. Temporada após temporada, capítulo após capítulo. Falam quando não podem, estragam as chances de melhoria, decepcionam família e amigos, se entregam aos antigos vícios. Nesse sentido, as senhoras de Litchfield permanecem homogêneas. Até a experiente Galina Reznikov, a Red, interpretada por Kate Mulgrew, passa parte dos episódios em um limbo cheio de erros, insanidades e autodestruição.


Orange is the new black conta a história de uma prisão federal norte-americana. A trama orbitava a personagem Piper - entretanto, ao longo das temporadas, novas detentas foram inseridas e histórias melhor construídas foram contadas. Um dos trunfos da série é apresentar não apenas o tempo presente, mas visitar os passados das mulheres. O recurso continua sendo utilizado. E, certamente, as memórias são os fragmentos mais bonitos da narrativa.


Com a superlotação da prisão, algumas personagens ficaram apagadas. Não houve tempo para desenvolver narrativas profundas sobre todas. O exemplo mais claro é Sophia Burset (Laverne Cox), que apareceu para resolver problemas e foi ocultada logo em seguida.


Um dos destaques da temporada é o drama materno. As mulheres que ali estão deixaram filhos fora. Elas sentem saudade de formas muito sofridas. Gloria Mendoza (Selenis Leyva), Aleida Diaz (Elizabeth Rodriguez), Maria Ruiz (Jessica Pimentel), Dayanara ‘Daya’ Diaz (Dascha Polanco) e, pasmem, até Lorna Morello (Yael Stone) protagonizam cenas maternas de muita potência. E, para alcançar os filhos, objetos de desejo tão almejados, as mães irão sacrificar quem está ao redor.


Como já havia sido anunciado aos quatro ventos na internet, as detentas vivenciam uma rebelião de três dias. O recorte temporal de apenas 72 horas faz a produção parecer arrastada. Algumas cenas parecem um déjà-vu macabro. Nos episódios finais, como já era esperado, a série toma um novo fôlego e lança as sementes para a sexta temporada. A última cena é surpreendente.

 

SERVIÇO

 

Orange is the new black. Temporadas 1, 2, 3, 4 e 5 disponíveis.

www.netflix.com 

 

O que você achou desse conteúdo?