No crescente universo de editoras que se propõem a pensar fora da caixa, a paulista Lote 42 vem produzindo títulos que estão entre os mais originais - em termos de narrativa e suporte - do mercado editorial brasileiro. Por trás da imagem de editora cool e das festas que promove na Banca Tatuí, em São Paulo, estão os sócios Cecilia Arbolave, João Varella e Thiago Blumenthal, editores da casa.
“A gente percebe que cada livro pede uma coisa diferente. Tem livro que pede o formato tradicional, e a gente gosta desse formato. Só que com outros a gente experimenta um pouco mais, e isso acaba trazendo novos sentidos, deixando a experiência de leitura ainda mais rica. Não são firulas gráficas, é pensar o livro enquanto objeto”, comenta Cecilia, que é natural da Argentina e trabalhou como jornalista em vários veículos de São Paulo antes de fundar a editora.
Na Lote 42, conta que a evolução do processo de edição é lenta, que há tempo para que o formato seja pensado e ainda mais tempo para sua viabilização. “Todo esse trabalho acaba provocando uma aproximação dos leitores, um interesse um pouco maior”, avalia. Entre os títulos lançados pela casa, chama especial atenção o projeto gráfico de Lululux, um “conjunto narrativo de jantar” impresso em guardanapos, jogos americanos e porta-copos, e Queria ter ficado mais, 12 histórias que chegam ao leitor dentro de envelopes.
Pela inovação de seus formatos, a Lote 42 não disponibiliza seus livros em suporte digital. As experiências não poderiam ser reproduzidas de maneira fiel em um smartphone ou eReader. “Quando você surpreende o leitor dessa forma, você ajuda com sua formação, colabora para que ele tenha uma postura mais crítica, instiga. Ele fica com mais vontade de entender o universo editorial e ler mais”.
Serviço
Fachadas, de Rafael Sica
64 páginasPreço: R$ 39,90
Lote 42