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As lutas de uma artista plural. V&A entrevista Liniker
Vida & Arte

As lutas de uma artista plural. V&A entrevista Liniker

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O POVO - Liniker, você começou a cantar com 16 anos e com 21 é um sucesso no País. O que de bom e de ruim isso lhe trouxe?

Liniker - É muito legal ver um trabalho que foi feito na base da verdade, da confiança e do amor chegando a tantos lugares. A gente fica bastante exposta, mas é gratificante a troca com o público.

 

OP - Você denuncia em seu discurso uma “objetificação” das pessoas negras. Como essa questão chega até sua música?

Liniker- As músicas de Remonta são cartas que não entreguei, falam de amor, do que vivi. Mesmo estando no posto de cantora, não sou isenta de sofrer preconceito, racismo. A vida da mulher negra, da mulher negra trans, é muito solitária e ninguém fala disso.

 

OP - Causa algum incômodo ter de ficar explicando se é “um cantor” ou “uma cantora”?

Liniker - Quando entrevistam um cantor ou cantora hétero, ninguém pergunta sobre gênero ou algo do tipo. A gente faz música, arte. Queremos falar do nosso trabalho.

 

OP - Você acredita que tem muita potência criativa invisibilizada nas periferias?

Liniker - Se as pessoas da periferia são invisibilizadas como seres humanos, o que pensar da arte que elas fazem... Existe muita coisa boa nas periferias,

nos guetos...

 

OP - Que Brasil é esse que você tem vivido e visto?

Liniker - O Brasil é o país que mais mata trans, gays, lésbicas no mundo. Esse é o país em que vivemos. Por isso, é importante a representatividade. É importante ocuparmos espaços, porque eles nos pertencem. Somos parte da sociedade. (Renato Abê)


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