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Protesto na Unilab termina com reitor e estudantes na Polícia Federal
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Protesto na Unilab termina com reitor e estudantes na Polícia Federal

A manifestação pedia a revogação de medida da reitoria que corta auxílio moradia e alimentação para os novos alunos estrangeiros. Alunos relatam que reitor, ao tentar deixar campus, teria empurrado três estudantes
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Protesto de estudantes da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em Redenção, a 55 km de Fortaleza, terminou em tumulto e com alunos e o reitor, o médico Anastácio de Queiroz, na sede da Polícia Federal na Capital. Ontem, em meio à manifestação, o reitor, ao tentar sair do campus, foi abordado por alunos. Conforme versão dos estudantes, Anastácio teria empurrado três alunos para conseguir entrar no carro. Duas das estudantes, professores da instituição, e o reitor prestaram depoimentos na PF.

[SAIBAMAIS]

A reivindicação do alunos era de que a Reitoria alterasse a decisão publicada como aditivo na última quarta-feira, 5, de retirar as assistências à moradia e à alimentação de todos os novos alunos estrangeiros ingressantes na Unilab a partir do processo seletivo em aberto, sob justificativa de “indisponibilidade orçamentária”. O auxílio é tido pelos alunos de países africanos como Guiné-Bissau, Cabo Verde e Moçambique como de fundamental importância para a permanência deles no País. A retirada, segundo estudantes e professores ouvidos pelo O POVO, põe em risco a internacionalização em que se baseia o projeto da universidade.


Na sede da PF, a estudante Caroline Lacerda, 23, relatou que o protesto acontecia no saguão do Campus da Liberdade, quando o reitor, ao se encaminhar para o carro, foi interpelado por alunos que desejam entregar a ele uma nota assinada pelos movimentos estudantis. Conforme a aluna, o reitor teria reagido a abordagem empurrando ela e outros dois alunos. O gestor teve então o carro cercado e foi impedido de deixar o local. “Ele chamou a polícia, e quando os policiais chegaram nós informamos sobre a agressão e exigimos que ele fosse levado á delegacia”, conta. O protesto e a negociação durou cerca de duas horas.

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O reitor foi levado na viatura da Polícia Militar à PF e os alunos, em companhia de professores que prestaram depoimento como testemunhas, se encaminharam em carros particulares. Na PF, o reitor disse ao O POVO que preferia não falar à imprensa naquele momento e limitou-se a afirmar que “o trabalho na Unilab é muito duro”. Até às 21 horas, Anastácio seguia dando depoimento ao delegado federal Gustavo Colares.


Em informes enviados por email, a assessoria da Unilab afirmou que a ida do reitor à PF “para prestar esclarecimentos” foi de forma voluntária. “Ele está muito cansado, foram momentos de extrema tensão, e somente na segunda-feira (10) vamos nos reunir para emitir uma nota da universidade sobre os auxílios e o fato desta sexta-feira”, diz.

 

TENSÃO

 

Ato termina em tumulto
1) Carro do reitor foi cercado por estudantes que pediam a alteração do aditivo que retira a possibilidade de novos estudantes estrangeiros de receber auxílio moradia e de alimentação. 2) Em momento de tensão, e em meio ao protesto que durou mais duas horas, alunos e o reitor foram levados a um galpão ao lado do campus, pela polícia militar, até que se decidisse pela ida à sede da Polícia Federal

 

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