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MST ocupa fazendas de amigo de Temer e de aliados
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MST ocupa fazendas de amigo de Temer e de aliados

Com lema "Corruptos, devolvam nossas terras!", a ação mobilizou cinco mil militantes. Também foram ocupadas terras do ministro da Agricultura Blairo Maggi, do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e do senador Ciro Nogueira
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou ontem fazendas pertencentes ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ao ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira e ao amigo do presidente Michel Temer João Baptista Lima Filho, em Mato Grosso, Rio e São Paulo, respectivamente.


Também foram ocupadas uma fazenda do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, no Piauí, uma propriedade rural no Paraná e a sede do Incra em Sergipe. Grupos de sem-terra bloquearam ainda o acesso à base de lançamento de foguetes em Alcântara, no Maranhão.


Com o lema “Corruptos, devolvam nossas terras!”, a ação, organizada desde a condenação do ex-presidente Lula, mobilizou cinco mil militantes em sete Estados. “Também nos posicionamos pelo afastamento imediato de Michel Temer, acusado formalmente de corrupção pela PGR”, disse dirigente nacional do MST, Alexandre Conceição. A Fazenda Esmeralda, do coronel da reserva João Baptista Lima, em Duartina (SP), que foi assessor de Temer entre as décadas de 1980 e 1990, já havia sido invadida pelo movimento em 2016. O MST alega que a propriedade, de 1.994 hectares, tem o presidente como sócio oculto. Em cartório, as terras estão em nome de Lima e de sua empresa, a construtora Argeplan. De acordo com a PM, cerca de 500 sem-terra ocupam o local.


Em junho, documentos apreendidos na Argeplan pela Polícia Federal na Operação Potamos, desdobramento da Lava Jato, reforçaram a ligação entre Lima e o presidente, como registros de reformas feitas em imóveis de familiares de Temer. A Fazenda SM02-B, em Rondonópolis (MT), do grupo Amaggi, cujo fundador é Blairo Maggi, foi invadida por 800 integrantes do MST, segundo a PM. Os manifestantes disseram que ficarão em vigília até 2 de agosto, quando a denúncia contra Temer será votada na Câmara.


Na Fazenda Santa Rosa, em Piraí (RJ), os integrantes do MST lembraram acusações de corrupção contra Ricardo Teixeira para justificar a invasão. O ex-presidente da CBF teve a prisão decretada na Espanha por lavagem de dinheiro e foi indiciado pelo mesmo crime nos EUA. Segundo o MST, 300 famílias participaram do ato. O administrador avisou que ninguém iria comentar a ocupação. Segundo a assessoria do presidente, Temer não é dono de nenhuma propriedade rural. O advogado Sylvio Carloni, que representa Lima, disse ter pedido o cumprimento de interdito proibitório, já dado pela Justiça, que impede nova ocupação da fazenda. Já a Amaggi, em nota, afirmou buscar “os meios legais para restabelecer a ordem em sua unidade produtiva”.

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