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Corte no Orçamento será de R$ 42,1 bilhões
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Corte no Orçamento será de R$ 42,1 bilhões

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O corte deve ser feito em R$ 10,5 bi do PAC; R$ 10,9 bi em emendas parlamentares; e R$ 20,1 bi de despesas dos demais órgãos do Executivo
Depois de dois adiamentos, numa semana de intensas negociações, o anúncio do Orçamento deste ano foi feito ontem à noite prevendo um corte de R$ 42,1 bilhões nas despesas da União.

 

Para chegar a esse cálculo, que a equipe econômica acredita que contribuirá para garantir o déficit de R$ 139 bilhões fixado para 2017, o governo vai contar com receitas extras de mais de R$ 10,1 bilhões com a venda de quatro hidrelétricas que pertenciam à Cemig e foram reintegradas ao patrimônio da União. Além disso, há a suspensão de benefícios fiscais na folha de pagamentos que renderá mais R$ 4,8 bilhões.

 

O governo não pode contar com o ganho extraordinário, que pode chegar a R$ 8,7 bilhões, com precatórios não reclamados por seus beneficiários. Até o último momento, isso foi tentado pela equipe econômica, para permitir um corte menos profundo, em torno de R$ 30 bilhões.

 

Uma hora antes do anúncio, os ministros Henrique Meirelles, da Fazenda, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, acompanhados pela advogada-geral da União, Grace Mendonça, ainda buscavam no Supremo Tribunal Federal (STF) consultoria da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, sobre o respaldo judicial da medida.

 

De acordo com Meirelles, no primeiro momento o corte será de
R$ 42,1 bilhões, mas a equipe econômica espera uma redução desse valor à medida que forem confirmadas as receitas com precatórios. Com a inclusão dessas receitas, o corte poderia, portanto, ser reduzido para cerca de
R$ 30 bilhões.

 

O propalado aumento de tributos, que estava sendo avaliado pela equipe econômica, se resumiu à cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de cooperativas de crédito. Essa tributação acrescentará aos cofres do Tesouro mais R$ 1,2 bilhão este ano.

 

O corte de R$ 42,1 bilhões deve ser feito com o contingenciamento de
R$ 10,5 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); de R$ 10,9 bilhões em emendas parlamentares; e de R$ 20,1 bilhões de despesas dos demais órgãos do Executivo. Nos outros Poderes, a tesourada será de
R$ 580 milhões.

 

O governo decidiu acabar com o benefício fiscal na folha de pagamento das empresas da maior parte dos setores por considerar uma distorção. “Essa medida gerava uma perda fiscal para a União e era esperado que isso gerasse um crescimento rápido para o Brasil. No entanto, isso não gerou os efeitos esperados e achamos que seria necessário eliminar essa opção”, disse Meirelles, ao fazer o anúncio. (Agência Estado)

 

SAIBA MAIS

 

Desoneração
Mantiveram o benefício fiscal na folha de pagamento os setores de construção civil e obras de infraestrutura, metrô, trens, transporte rodoviário e comunicações. "São setores vitais para a manutenção de empregos", afirmou o ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Sob grande pressão para fechar as contas de 2017 no prazo estipulado pelo Tribunal de Contas da União, que se encerra hoje, Meirelles ainda buscava ontem embasamento técnico para sustentar as previsões de arrecadação.

 

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