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O que é e o que não é do jogo político

2017-07-12 01:30:00

Guálter George, editor-executivo de Conjuntura


O longo tempo que já acumulo acompanhando a política real me faz insensível, hoje, a determinados incômodos que vejo manifesto em dias agitados como estes últimos. Acho natural que deputados dispostos a votar contra Temer sejam substituídos pelo governo na CCJ da Câmara, da mesma forma que entendo como normal que senadoras insatisfeitas com a falta de debate na tramitação de uma matéria com a importância da reforma trabalhista pratiquem o gesto extremo de ocupar a Mesa Diretora para tentar impedir que uma votação acontecesse. Dois gestos que considero políticos, detalhes regimentais à parte, e que as circunstâncias tornam justificáveis inclusive na radicalidade. Quem busca incômodo com o Congresso atual é melhor olhar para a forma passiva como ali se acolhe malfeitores de níveis diversos, inclusive atos estranhos à vida pública. Estes sim, pela permanência intocada nas duas Casas, ameaças verdadeiras à democracia e à boa prática política.

Adriano Nogueira

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