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Gravações devem comprometer votação de reformas no Congresso

2017-05-18 01:30:00
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A delação dos donos da JBS, Joesley Batista e Wesley Batista, concedida à Procuradoria-Geral da República (PGR), pode ter consequências ainda incalculáveis para o presidente Michel Temer (PMDB) no Congresso Nacional. Com a necessidade de aprovar reformas impopulares, como a trabalhista e a previdenciária tanto na Câmara quanto no Senado, as forças do governo devem mudar o foco e perder força nas casas legislativas.

[SAIBAMAIS]

Na noite de ontem, a oposição no Congresso aprovou entendimento de paralisar as votações até que Temer deixe o cargo de presidente. As duas pautas da agenda econômica tramitam nas duas casas.


Para parlamentares e cientistas políticos consultados pelo O POVO, as revelações de O Globo podem dissolver a base e comprometer a aprovação das reformas. O professor de Ciência Política do Ibmec/MG, Adriano Gianturco, avalia que ainda é muito cedo para fazer previsões. No entanto, argumenta que a estabilidade da base do peemedebista ficará “em risco” a partir de agora e que o impacto na votação das reformas deverá ser “enorme”.


Já o cientista político Oswaldo Amaral, da Unicamp, prevê que haverá “atraso na votação das reformas” e prejuízos na possibilidade de aprovação das matérias. “A base pode até se manter unida desde que isso signifique menos prejuízo para ela mesma”, ressalta.


Parlamento

Da base de Temer, o deputado Danilo Forte (PSB) avalia que as pautas ficam comprometidas em caso de confirmação das gravações. “Não vai ter condição (de votação), a pauta fica prejudicada em função dos fatos. A base está atônita atrás de uma resposta”, afirma.

 

“Essas reformas, tanto a trabalhista quanto a previdenciária, já são extremamente rejeitadas pela sociedade. Mais de 90% da sociedade já mostrou que a sociedade é contra. Esse governo instalou um balcão de negócios para angariar votos tanto para a reforma previdenciária quanto trabalhista, e não estava conseguindo. Com denúncias não há o menor ambiente para votar essas questões todas”, diz o senador José Pimentel (PT).


“Com certeza vai ter uma reviravolta grande porque o País está, digamos, atônito com essas delações. Portanto, não tem clima no Congresso para votar uma pauta conservadora. É imprevisível o que vai acontecer daqui para frente”, afirma o deputado José Airton (PT). (Colaborou Carlos Mazza)

 

Wagner Mendes

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